Coleção Viva de Moluscos do Instituto Oswaldo Cruz – Análise SWOT e Ensaios de (In)Compatibilidade no Laboratório de Malacologia e Laboratório de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologiavoltar para a edição atual

THIAGO MARTINS NUNES

Sob orientação de MARIANA GOMES LIMA e CLELIA CHRISTINA MELLO SILVA ALMEIDA DA COSTA
A esquistossomose é uma doença muito debilitante, espalhada por três continentes, com uma carga global estimada pela Organização Mundial da Saúde em 2.543.364 DALYs (Disease Adjusted Life Years). Estima-se que a esquistossomose afete mais de 200 milhões de pessoas em 74 países. A doença é causada por trematódeos parasitas do gênero Schistosoma, sendo as três espécies principais, S. japonicum, S. haematobium e S. mansoni. Schistosoma mansoni é a espécie prevalente na América Latina, com 1 a 3 milhões de pessoas infectadas e mais de 25 milhões vivendo em áreas de risco, principalmente no Brasil e na Venezuela. A dinâmica espacial e temporal dessa doença está relacionada aos diferentes graus de susceptibilidade e resistência das populações de hospedeiros intermediários, juntamente com a capacidade de infecção e desenvolvimento intramolusco do parasito. Essa dinâmica evolutiva envolvendo parasito e hospedeiros foi classificada como compatibilidade de polimorfismo. Em que tanto em populações selvagens quanto naquelas mantidas em condições laboratoriais revelam a complexa relação entre o processo de reconhecimento de próprio e não próprio do hospedeiro e os mecanismos de evasão do parasito. Sugerindo que o entendimento dessas interações seja determinante para a compreensão do que ocorre ao longo da coevolução desse modelo. Atualmente, as populações de hospedeiros e parasitos mantidas em laboratório são as principais fontes de informação sobre a interação ocorrida ao longo da infecção. Os avanços alcançados em laboratório são a base para as ações efetivas de controle nas populações de campo. Posto isto, destacamos o importante papel do Laboratório de Malacologia como mantenedor de 82 populações de B. glabrata e 8 cepas de S. mansoni, vindas de áreas endêmicas do Brasil e demais países da América Latina e Central. A manutenção dessas populações são fundamentais para estudos das mais variadas áreas do conhecimento científico produzido por laboratórios parceiros e colaboradores. Além de ser considerado um patrimônio para conservação e biodiversidade brasileira, uma vez que essas linhagens e cepas guardam a história dessa relação parasitária em seus materiais genéticos. O Labmal mantém o ciclo biológico da esquistossomose mansônica com tempo de interação que variam de 2 a 36 anos. Preservando a variabilidade genética das populações, mas também trabalhando as relações simpátricas e alopátricas. Assim, apresentamos aqui a importância do treinamento e capacitação do nosso capital humano no entendimento do ciclo biológico do trematódeo e suas aplicações na Malacologia Médica. Estabelecendo uma estratégia elaborada e pensada dentro dos procedimentos éticos de bem-estar animal, confiabilidade de dados, preservação e manutenção dos hospedeiros intermediários, definitos (Mus musculus Swiss-albinos) e agente etiológico no ciclo biológico do S. mansoni. Sendo assim, os objetivos desse estudo são a implementação de análise SWOT como técnica de planejamento estratégico para auxiliar na organização do ciclo biológico do S. mansoni, identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas ao planejamento de projetos. Estabelecendo metas de: (1) Efetuar uma síntese das análises internas e externas; (2) Identificar elementos-chave para a gestão do ciclo, o que implica estabelecer prioridades de atuação; (3) Preparar opções estratégicas: Riscos/Problemas a resolver; (4) Fortalece os pontos positivos, indica quais os pontos devem melhorar, mostra as chances de crescimento, aumentando as oportunidades e deixa em alerta diante de riscos. Bem com o estudo de (in)compatibilidade entre B. glabrata/S. mansoni frente ao tempo de interação em populações mantidas em laboratório.
Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.3. Biologia, bioquímica e biologia molecular de parasitos e a sua interação com células e hospedeiros