AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS EGRESSAS DE UTIN APÓS O RETORNO ÀS ATIVIDADES ESCOLARES INTERROMPIDAS PELA PANDEMIA DE COVID19voltar para a edição atual

Maria Helena Miranda Amorim

Sob orientação de Saint Clair dos Santos Gomes Junior e Maria Dalva Barbosa Baker Meio
INTRODUÇÃO: A pandemia de Covid-19 resultou em isolamento social, inclusive com fechamento de escolas e creches, para reduzir a transmissão da doença. Estas medidas, apesar de necessárias, causam alterações emocionais e comportamentais, com relatos de depressão/ansiedade nos indivíduos que ficaram confinados. A duração prolongada deste isolamento pode ter efeitos negativos na saúde física e mental das crianças, em resultado da perda de contato com amigos e professores. Essas medidas para reprimir a transmissão inibem rituais reguladores do funcionamento familiar em tempos de crise, potencializando reações adversas. Mas faltam informações sobre a repercussão em crianças egressas de UTIs Neonatais, com risco para o desenvolvimento, mantidas em casa, afastadas do convívio social nas escolas/creches. O conhecimento das repercussões sobre estas crianças e sobre a dinâmica familiar nesta população permite formular estratégias de ajuda futura, podendo orientar a equipe que assiste esta população. . OBJETIVO: A proposta do estudo é avaliar as repercussões do isolamento social no estado nutricional das crianças e compreender fatores facilitadores e dificultadores para a promoção de saúde destas crianças que apresentam maior risco de comprometimento do seu desenvolvimento. . MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal nos Ambulatórios de Seguimento do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, do Hospital Pedro Ernesto/UERJ, do Hospital Gaffrée Guinle/UNIRIO, em dois momentos: no retorno ao ambulatório, após o isolamento, e após um ano, na reavaliação. Serão incluídas crianças de 18 meses a 12 anos, vinculadas aos ambulatórios e em acompanhamento no início do isolamento pela pandemia por Covid19. A exposição será o isolamento social devido à pandemia de Covid-19, e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos cuidadores. Os desfechos serão: distúrbios comportamentais e emocionais e prevalência de sobrepeso/obesidade e de déficit nutricional. Será avaliada a estrutura da família, acesso a medidas de proteção e a atendimento de saúde, creche/escola, atividades lúdicas durante o isolamento e repercussões do isolamento sobre a dinâmica familiar e sobre a criança. A estratégia de enfrentamento das famílias será avaliada pelo Instrumento Brief Cope e a avaliação comportamental e emocional da criança pelo instrumento Behavior Checklist (CBCL), aplicado aos pais/cuidadores por psicóloga. O desenvolvimento motor será avaliado por fisioterapeuta e categorizado como normal, suspeito ou provável atraso do desenvolvimento, e nas crianças com paralisia cerebral será utilizado o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS, em inglês Gross Motor Function Classification System). As análises estatísticas serão realizadas no programa SPSS. Serão realizadas análises descritivas das estratégias de enfrentamento, das alterações comportamentais, emocionais e do desenvolvimento motor encontradas. Serão calculadas as prevalências de déficit nutricional, sobrepeso, obesidade na população avaliada. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira, como coordenador principal, e das outras instituições envolvidas, e aprovado.
Palavras-chaves:RECÉM-NASCIDO DE ALTO RISCONEURODESENVOLVIMENTOCRESCIMENTO Área de conhecimento (CNPq): Medicina Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 13.5. Crescimento e desenvolvimento intra-uterino e da criança, nutrição materna e neonatal