ENCAPSULAMENTO DE siRNAs EM NANOPARTÍCULAS LIPÍDICAS PARA INTERFERÊNCIA DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA-S DE SARS-CoV-2voltar para a edição atual

FRANCISCO DANTAS LOURENÇO

Sob orientação de ROBERTO NICOLETE
A pandemia da COVID-19 mobilizou o desenvolvimento de terapias para tratar a doença, cuja principal forma de transmissão é a respiratória. Sabe-se que a Proteína Spike (Proteína-S) é a responsável pela entrada do vírus nas células, utilizando o receptor da Angiotensina 2 (ACE2) para isso. Foi demonstrado que o SARS-CoV poderia ser inibido em células vero através da utilização da técnica de RNA de interferência (RNAi). Além disso, foi evidenciado que o tratamento com pequenos RNAs de interferência (siRNAs) direcionados ao genoma viral apresentou 80% na inibição do SARS-CoV. Logo, é encorajador investir no desenvolvimento de fármacos para inibir a expressão do RNA mensageiro (RNAm) da Proteína-S, causando a redução dela. Embora a vacinação seja geralmente o mecanismo mais utilizado para combater infecções virais, terapias alternativas por RNAi já demonstraram resultados animadores e diversas empresas farmacêuticas já notaram o potencial de tratamentos para COVID-19 utilizando siRNA. Surge o questionamento de como realizar esse procedimento pois os siRNA se degradam facilmente na corrente sanguínea e, pela hidrofilicidade, têm dificuldades para entrarem nas células. O medicamento Patisiran (ONPATTRO) utiliza siRNAs formuladas com Nano partículas lipídicas – LNPs para agir no gene transtirretina (TTR) em células do fígado. Casos graves têm inclinação para cargas virais altas e uma carga viral mínima é necessária para dar origem ao processo infeccioso do SARS-CoV-2. Logo, utilizar o silenciamento gênico para reduzir a expressão do RNAm da Proteína-S pode ser uma maneira promissora para tratar a infecção e/ou impedir seu agravamento, visto a importância dessa proteína para replicação do vírus. O objetivo desse estudo é construir siRNAs que possam ser nanoencapsulados e que tenham como alvo a parte conservada da Proteína-S do SARS-CoV-2. Para isso, regiões conservadas da Proteína-S serão selecionadas baseadas em genomas circulantes no Brasil. Ainda, siRNAs serão racionalmente desenhados e construídos sinteticamente para silenciar esta região do genoma viral e que não cause interferência em genes humanos. Após, os siRNAs selecionados serão encapsulados em nanopartículas lipídicas (LNPs) e essas serão caracterizadas fisicoquimicamente quanto ao tamanho, potencial zeta, concentração e eficiência de encapsulamento.
Palavras-chaves:SARS-COV-2COVID-19SIRNALHAMASSISTEMAS NANOESTRUTURADOS LIPOSSOMAISVACINAS Área de conhecimento (CNPq): Farmácia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 28.1. Pesquisa e Desenvolvimento de vacinas antivirais