Efeito da resistência ao estresse oxidativo de Strigomonas culicis na infecção por arbovírus em Aedes aegyptivoltar para a edição atual

RAYANI DE OLIVEIRA MARCONDES

Sob orientação de RUBEM FIGUEIREDO SADOK MENNA BARRETO e ANA CRISTINA SOUZA BOMBACA
O Aedes aegypti é um mosquito pertencente à ordem Diptera: Culicidae, proveniente da África (KAMAL et al., 2018). Essa espécie atua como vetor de diferentes arboviroses com grande importância para a saúde pública, dentre elas dengue, febre amarela, chikungunya e zika, as quais causaram diversos surtos nas populações humanas nas últimas décadas (McGregor, 2020). Strigomonas culicis é um protozoário monoxênico, pertencente à família Trypanosomatidae (Euglenozoa: Kinetoplastea) que apresenta um ciclo de vida exclusivamente na forma epimastigota. Este tripanossomatídeo habita o intestino médio de diferentes mosquitos, dentre os quais está o A. aegypti. Os tripanosomatídeos monoxênicos possuem ciclo de vida exclusivo em hospedeiros invertebrados, principalmente dos insetos da ordem Diptera e Hemiptera (Wallace, 1966), as vias de transmissão destes protozoários entre os insetos ocorre através da ingestão, coprofagia, necrofagia e/ou predação (Maslov et al., 2013), e na maioria dos casos os tripanossomatídeos são considerados não-patogênicos para seus hospedeiros. Tendo em vista que as arboviroses de importância médica vêm sendo estudadas para maior elucidação da sua interação com o hospedeiro, e que as estratégias utilizadas para o controle da propagação e transmissão desses arbovírus são insuficientes, faz-se necessário o estudo de novas estratégias de controle biológico. Estudos anteriores do nosso grupo demonstraram que a infecção por S. culicis (cepas WT e WTR: H2O2-resistente) causam um impacto na postura e produção dos ovos, reduzindo ambos parâmetros pelas fêmeas de A. aegypti. A cepa WTR exacerba a expressão de moléculas do sistema imune do mosquito relacionadas à resposta antiviral (Bombaça et al., 2021). Dessa forma, é possível que a infecção prévia com WTR gere uma resposta antiviral mais intensa. Pretendemos avaliar o impacto da coinfecção entre as cepas selvagem ou H2O2-resistente de S. culicis com os arbovírus CHIKV, DENV e ZIKV in vitro e in vivo.
Palavras-chaves:TRYPANOSOMA CRUZILEISHMANIA SPAUTOFAGIAINTERAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIROLEISHMANIA SP. Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.3. Biologia, bioquímica e biologia molecular de parasitos e a sua interação com células e hospedeiros