NEMATODA PARASITOS DE PEIXES CHARACIFORMES, SILURIFORMES E PERCIFORMES PROVENIENTES DE DUAS GRANDES BACIAS HIDROGRÁFICASvoltar para a edição atual

MARIA DE FÁTIMA SCHUENGUE BASTOS

Sob orientação de MELISSA QUERIDO CARDENAS ROSSAS e Simone Chinicz Cohen
Apesar do recente aumento de pesquisas sobre a biodiversidade, os parasitos constituem um grupo negligenciado, embora desempenhem um papel chave no funcionamento dos ecossistemas. A compreensão do papel da comunidade de parasitos em um ecossistema depende do conhecimento prévio das espécies que o compõem. Deste modo, estudos taxonômicos e sistemáticos são a chave para o entendimento de como fatores bióticos e abióticos afetam as espécies. Estudos taxonômicos são críticos, pois para muitas espécies há um risco de extinção antes que elas sejam descobertas e descritas. O rio Tocantins pertence à Bacia Tocantins-Araguaia, e é uma área de endemismo para vários grupos de peixes de água doce, como identificado por vários autores. Este rio vem apresentando modificações nas últimas décadas decorrentes da ação antrópica que degrada não só o leito principal do rio, mas também seus afluentes. Esta bacia é uma das regiões hidrográficas mais importantes do Brasil, pelo seu alto grau de endemismo e diversidade. O rio Juruá está situado no estado do Acre, e pertence à bacia Amazônica. Apesar desta bacia abrigar a mais alta diversidade de peixes de água doce do mundo, dados do Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE contabilizam aproximadamente 310 espécies de peixes catalogadas para o estado. Acredita-se que a ictiofauna desta área seja pouco conhecida devido ao seu isolamento geográfico e distância dos principais centros de estudos ictiológicos do país. A parte inicial do projeto que corresponde à coleta e necropsia dos peixes hospedeiros para obtenção dos Nematoda, já havia sido realizada antes da pandemia. Como não estava sendo possível ir presencialmente ao Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes (LHPP), as necrópsias dos hospedeiros já coletados no Acre foram organizadas em tabelas do Excel e foi feito um levantamento bibliográfico dos Nematoda registrados anteriormente nesses hospedeiros. Todos os artigos científicos foram salvos, formando um banco de dados que servirá como suporte para posterior análise e discussão de nossos dados. Além disso, foram realizados encontros semanais através do Google Meet com a equipe do laboratório, visando a discussão e apresentação de assuntos pertinentes que fazem com que possamos ler artigos científicos, preparar seminários e aprender com outras apresentações. Com o retorno das atividades presenciais a identificação de espécies de Nematoda previamente coletadas foi iniciada. Foram analisados os Nematoda provenientes de Triportheus trifurcatus do Rio Tocantins, Maranhão. Esses Nematoda foram identificados como Rhabdochona sp. Como perspectivas futuras, os estudos morfométricos dos espécimes serão aprofundados, e outras espécies de Nematoda serão identificadas. Rhabdochona sp. está sendo registrado pela primeira vez em T. trifurcatus, contribuindo assim para um maior conhecimento da helmintofauna da Bacia Tocantins-Araguaia.
Palavras-chaves:NEMATODATAXONOMIAPARASITOS DE PEIXEMORFOLOGIASISTEMÁTICA MOLECULARBIODIVERSIDADE Área de conhecimento (CNPq): Zoologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.1. Pesquisa e estudo da diversidade de parasitos através de identificação, análise genética e tipagem molecular, taxonômica e filogenética, genética populacional, evolução do parasitismo, inclusive nas coleções de cultura de parasitos