Vacinas de DNA contra SARS-CoV2 baseadas na proteína Svoltar para a edição atual

ANDERSON PAULINO DE ARAUJO

Sob orientação de ADA MARIA DE BARCELOS ALVES e SIMONE MORAIS DA COSTA
A COVID-19 é causada pela infecção pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2) que levou à enorme pandemia iniciada no começo de 2020 e que continua até os dias de hoje. O Brasil é o terceiro país com maior número de casos (quase 30 milhões) e o segundo em óbitos (cerca de 660 mil). O SARS-CoV2 é um vírus de RNA, fita simples e polaridade positiva, cuja partícula viral é constituída de quatro proteínas estruturais, denominadas de espícula (S), membrana, envelope e nucleoproteína. A proteína S interage com receptores presentes na superfície de células humanas, principalmente o receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), o que permite a entrada do vírus nestas células. Sendo assim, anticorpos contra a proteína S podem ser neutralizantes, bloqueando a internalização do SARS-CoV2 pelas células hospedeiras e, consequentemente, impedindo a sua replicação e infecção de novas células. No Brasil estão sendo administradas as vacinas: Coronavac da Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e constituída de SARS-CoV-2 inativado; a ChAdOx1 nCoV-19 da AstraZenica em parceria com a Fiocruz e baseada em adenovírus de chimpanzé expressando a proteína S de SARS-CoV-2; a Ad26.COV2.S desenvolvida pela Janssen Pharmaceutical/Johnson & Johnson, também constituída de adenovírus recombinante, porém humano, expressando a proteína S; e a vacina ComiRNAty da Pfizer/BioNTech, constituída do mRNA que codifica a proteína S. Essas vacinas visam prioritariamente a produção de anticorpos neutralizantes (AcN) contra a proteína S. Além da indução dos anticorpos neutralizantes, estudos recentes demonsraram o papel importante da resposta celular na proteção e na manutenção de uma resposta duradoura. As vacinas de RNA parecem ser as mais protetoras e eficazes, com ativação de resposta humoral e celular. Entretanto, estas vacinas apresentam maior custo de produção e necessitam de estocagem a baixas temperaturas, dificultando seu uso. Neste contexto, as vacinas de DNA representam uma opção vantajosa, pois ativam respostas imunes semelhantes às de RNA, porém mais baratas e sem necessidade de armazenamento a baixas temperaturas, podendo ser estocadas até mesmo à temperatura ambiente. Tal fato representa uma economia substancial e uma facilidade quando se pensa em vacinações em grande escala e extensões como no Brasil. Alguns estudos com vacinas de DNA contra COVID-19 foram reportados e, recentemente, foi aprovada a primeira vacina de DNA para uso em humanos, justamente contra SARS-CoV2. Entretanto, ainda existem algumas lacunas neste campo de estudo. Uma delas diz respeito a utilização de diferentes peptídeos sinais, inserções de mutações e outros elementos que podem influenciar na expressão das proteínas recombinantes e, consequentemente, na magnitude da resposta imune induzida. Sendo assim, pretendemos avaliar diferentes vacinas de DNA contra SARS-CoV2 baseadas na proteína S, contendo o seu peptídeo sinal natural, fusionado ou não ao peptídeo sinal do ativador de plasminogênio de tecido humano (tPA), com ou sem a sequência C-terminal transmembrana. Estas construções serão inicialmente avaliadas in vitro quanto à eficiência da expressão das proteínas recombinantes, em cultura de células transfectadas. Posteriormente, as melhores construções serão testadas in vivo.
Palavras-chaves:VACINAS DE DNADENGUEZIKACOVID-19 Área de conhecimento (CNPq): Bioquímica Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 28.1. Pesquisa e Desenvolvimento de vacinas antivirais