Morbimortalidade por doenças diarreicas agudas em crianças menores de 5 anos nos municípios do Estado do Piauí: 2009 a 2019voltar para a edição atual

RAFAEL EVERTON ASSUNCAO RIBEIRO DA COSTA

Sob orientação de BEATRIZ FATIMA ALVES DE OLIVEIRA e KERLA JOELINE LIMA MONTEIRO
Introdução: Apesar da redução constante da mortalidade infantil, estima-se que ainda haja mais de cinco milhões de mortes em crianças com menos de cinco anos de idade, incluindo meio milhão de mortes por diarréia em 2015 (Liu et al., 2016). No Brasil, apesar das limitações do sistema de informações, entre 2010 e 2020 ocorreram mais de 600 mil internações devido à doença infecciosa intestinal em menores de 5 anos e quase 6 mil mortes entre 2010 e 2018, o que representa uma perda econômica significativa para o país e um importante prejuízo à saúde da população (Brasil, 2020). A morbidade por diarreia é um indicador direto de saúde pública, devido sua capacidade de resposta a diversas alterações nas condições de saneamento, qualidade sanitária de alimentos, hábitos higiênicos e comportamentais de uma comunidade (Veronesi, Focaccia, 2004). Além dos indicadores socioeconômicos, os fatores ambientais como as variações climáticas podem estar associados com aumento de registros de internação por diarreia, pois o aumento da frequência de eventos extremos, tais como precipitação excessiva, tempestades e secas, os quais podem afetar a disponibilidade e qualidade da água, poderiam acentuar a ocorrência desses eventos e consequentemente afetar na saúde humana (Xu et al., 2014). Além disso, as vulnerabilidades da população brasileira aos impactos sanitários e ao clima estão distribuídas prioritariamente nas regiões Norte e Nordeste que apresentam taxas de mortalidade por diarreia em menores de 1 ano em 2009, respectivamente 5 e 4 vezes maiores que na região Sul (Buhler et al., 2014). Na busca de fornecer subsídios para o planejamento, organização e operacionalização de estratégias no setor saúde, especialmente na vigilância e monitoramento de doenças prevalentes durante a infância e associada a emergências climáticas, propõe-se um estudo com essa temática no estado do Piauí. Objetivo: descrever a morbimortalidade das doenças diarreicas agudas em menores de 5 anos nos municípios do Estado do Piauí. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo ecológico, espaço-temporal, de caráter descritivo, com abordagem quantitativo dos casos, internações e óbitos por doenças diarreicas em menores de 5 anos entre 2009 e 2021. A população a população-alvo corresponde às crianças menores de 5 anos residentes nos municípios do Piauí. Inicialmente serão incluídos todos os municípios do estado, no entanto, esse número poderá ser reduzido dependendo da disponibilidade e qualidade de dados de diarreia. Serão utilizados dados provenientes do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), além de dados do Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-DDA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O padrão espaço-temporal dos indicadores de morbimortalidade por diarreia em menores de 5 anos serão apresentados por meio de mapas temáticos, tabelas e gráficos. Na análise das taxas de internação hospitalar e coeficiente de mortalidade por diarreia em menores de 5 anos serão realizada análise de tendência considerando o período de estudo (2009 – 2018) e a sazonalidade dessas ocorrências. Resultados esperados: Espera-se com este estudo incorporar informações relevantes no processo de elaboração de políticas públicas com mapeamento de áreas prioritárias e de estratégias de atenção e cuidados a saúde das crianças com o Mapeamento das áreas de risco.
Palavras-chaves:MUDANÇAS CLIMÁTICASTEMPERATURADIARREIASAÚDE DA CRIANÇAMORTALIDADEMORBIDADEDOENÇA DIARREICA AGUDA (DDA): MUDANÇAS CLIMÁTICAS Área de conhecimento (CNPq): Saúde Coletiva Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 14.5. Saneamento e saúde ambiental, inclusive infantil