Efeitos de metabólitos da microbiota intestinal no processo neuroinflamatório da Doença de Alzheimervoltar para a edição atual

Maitê Faulhaber Ciambarella Bezamat Coutinho

Sob orientação de RUDIMAR LUIZ FROZZA e YGOR PARLADORE SILVA
processos fisiológicos e patológicos, principalmente da microbiota intestinal. Mais recentemente foram descritas vias de comunicação bidirecional entre a microbiota e o sistema nervoso central (SNC), as quais constituem o eixo microbiota-intestino-cérebro. Dentre essas vias, ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) produzidos pela microbiota e absorvidos no intestino são capazes de modular o sistema imune local e perifericamente, a maturação e atividade microglial, as alterações de humor e o comportamento bem como a progressão de danos agudos e doenças neurodegenerativas do SNC. Portanto, os SCFAs se apresentam como uma promissora alternativa terapêutica para condições como a doença de Alzheimer (DA), a qual acomete 60 a 70% dos mais de 50 milhões de pacientes de demência no mundo. No Brasil, estima-se que haja cerca de 1,2 milhão de pessoas vivendo com DA, um número que cresce rapidamente devido a transição demográfica pela qual o país atravessa. Devido a sua fisiopatologia complexa, ainda não há tratamentos capazes de frear significativamente a progressão da DA, o que aumenta a urgência no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Nesse contexto, este projeto tem como objetivo investigar o efeito dos principais SCFAs produzidos pela microbiota intestinal sobre a ativação microglial, a neuroinflamação e a disfunção sináptica em um modelo pré-clínico da DA. Para tal, utilizaremos a cultura organotípica de hipocampo de ratos exposta aos oligômeros do peptídeo ?-amilóide (A?Os) como modelo in vitro da DA. Utilizaremos abordagens bioquímicas, imunológicas e microscopia confocal para avaliar o potencial neuroprotetor dos SCFA contra a neurotoxicidade induzida pelos A?Os. Os procedimentos que envolvem o uso de animais para experimentação foram aprovados pelo CEUA-IOC e todas as abordagens experimentais seguirão padrões éticos nacionais e internacionais. Ressaltamos que os resultados deste projeto podem fornecer novas bases moleculares e imunológicas para estratégias de neuroproteção, bem como produzir novas abordagens com potencial translacional para prevenção e terapia da DA.
Palavras-chaves:DOENÇA DE ALZHEIMER (DA) Área de conhecimento (CNPq): Farmacologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 7.2. Doenças neurológicas degenerativas