VALIDAÇÃO DE SmFES COMO ALVO TERAPÊUTICO PARA O TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE E IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS COMPOSTOS DE AÇÃO ESQUISTOSSOMICIDAvoltar para a edição atual

GABRIELA LORRANY APARECIDA AZEVEDO

Sob orientação de MARINA DE MORAES MOURAO e SANDRA GROSSI GAVA
A esquistossomose é uma parasitose tropical crônica causada por trematódeos do gênero Schistosoma que, segundo a Organização Mundial da Saúde (2021), acomete aproximadamente 240 milhões de pessoas no mundo, apresentando altos índices de morbidade e mortalidade. No Brasil, Schistosoma mansoni é a espécie causadora da esquistossomose e cerca de 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Atualmente, o tratamento da esquistossomose é feito pelo uso do praziquantel. Esse medicamento possui baixo custo e poucos efeitos colaterais, entretanto apresenta pouco ou nenhum efeito em ovos e formas imaturas dos parasitos, além de já existirem relatos de parasitos com baixa sensibilidade a esse fármaco. Neste contexto, são necessários estudos para a identificação e validação de potenciais alvos de fármacos para o tratamento da esquistossomose que sejam também eficazes contra as fases imaturas. Nosso grupo identificou PKs que são membros únicos de sua subfamília em S. mansoni, que podem ser candidatas a alvos de fármacos para o tratamento da esquistossomose Dentre as PKs identificadas está a tirosina quinase SmFES, que é uma proteína previamente descrita como envolvida na transformação larval após a penetração no hospedeiro mamífero e invertebrado. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é a caracterização funcional da PK SmFES nas diferentes fases do parasito S. mansoni em busca de conhecimento para a identificação de alvos terapêuticos contra a esquistossomose e triagem de compostos com potencial esquistossomicida. Para isso, esquistossômulos foram expostos a dsRNAs específicos de SmFES e inoculados em camundongos. Após 42 dias os animais foram perfundidos para a recuperação dos vermes adultos. O fenótipo dos vermes adultos recuperados foi analisado utilizando microscopia confocal. Adicionalmente, os fígados dos animais também foram recuperados para análises histológicas. Fêmeas exibiram o ovário 29,7% e 19,3% menor em relação ao controle negativo e GFP, respectivamente. O fígado de animais do grupo SmFES exibiu granulomas com a área 44,4% menor em relação ao controle negativo e 53,3% em relação a GFP (controle inespecífico). Os resultados obtidos até o momento sugerem que SmFES (1) parece ter papel no movimento de esquistossômulos in vitro; (2) interfere na formação do granuloma hepático; (3) está relacionada com o desenvolvimento do ovário de fêmeas de vermes adultos; (4) parece estar relacionada com a reprodução de vermes adultos. Com a maior flexibilização do acesso às instalações do Instituto René Rachou, serão realizados ensaios de microscopia confocal para avaliação do rearranjo de filamentos de actina/tubulina em esquistossômulos e miracídios silenciados para SmFES; Triagem de moléculas preditas como inibidores de SmFES, fornecidos por diversos colaboradores, em esquistossômulos, vermes adultos e em miracídios. Ainda, a respeito da divulgação científica, uma conta na rede social Instagram para o grupo de pesquisa em Helmintologia e Malacologia Médica já foi criada, bem como seu logotipo, a bolsista deu início ao processo de criação e organização de um cronograma de publicações baseado nos projetos de pesquisa desenvolvidos no grupo HMM.
Palavras-chaves:SCHISTOSOMA MANSONIALVO TERAPÊUTICOPROTEÍNA QUINASECOMPOSTOS ATIVOSKINASE PROTEINSDRUG TARGET VALIDATIONVALIDATIONDRUG TARGETS Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.4. Pesquisa de transmissão e prevenção, de novas drogas, alvos terapêuticos e mecanismos de ação de fármacos, e de resistência