Avaliação de antígenos de Schistosoma mansoni como alvos em novos testes de diagnóstico sorológico da esquistossomosevoltar para a edição atual

LARISSA MEIRA RESENDE

Sob orientação de Rosiane Aparecida da Silva Pereira e Cristina Toscano Fonseca
Apesar dos avanços alcançados pelas ações de controle da esquistossomose, a doença ainda permanece como um grave problema de saúde pública mundial. Novas intervenções são uma prioridade para a eliminação e controle da esquistossomose, uma vez que as medidas atuais adotadas têm sido essencialmente baseadas na quimioterapia. Um dos obstáculos para alcançar a eliminação da doença é a sensibilidade do método de diagnóstico utilizado. Atualmente, o diagnóstico parasitológico pela técnica de Kato-Katz é o recomendado pela OMS. Entretanto, este método apresenta uma baixa sensibilidade na detecção da infecção pelo S. mansoni, principalmente em áreas de baixa endemicidade e baixa intensidade de infecção. Portanto, é urgente a necessidade de melhorias no diagnóstico da doença, sendo necessário o desenvolvimento de ferramentas alternativas, como novos testes sorológicos que sejam mais sensíveis e capazes de detectar precisamente as infecções ativas, bem como a prospecção de antígenos do parasito para serem empregados nesses testes. Em um estudo de imunoproteoma realizado pelo nosso grupo foram identificadas algumas proteínas com potencial para serem utilizadas como alvos para o diagnóstico sorológico da esquistossomose. Estas proteínas foram reconhecidas exclusivamente por anticorpos presentes no soro de indivíduos infectados, residentes em área endêmica para esquistossomose. Uma destas proteínas, que neste trabalho é chamada de PPE de S. mansoni, tem apresentado resultados promissores na forma de proteína recombinante. Para melhorar ainda mais a acurácia dos testes utilizando a proteína PPE recombinante, o objetivo deste projeto é realizar uma prospecção de peptídeos antigênicos da PPE que possam ser utilizados como alvos em novos testes de diagnóstico sorológico da esquistossomose. A estratégia experimental foi definida em dois eixos. O primeiro baseado na prospecção in sílico de peptídeos por meio do uso de diferentes preditores de epítopos de células B e o segundo, na utilização de peptídeos de 15 aminoácidos, que cobrem toda a sequência da proteína PPE, imobilizados em lâminas de vidro na forma de microarranjos de peptídeos. Os peptídeos selecionados in sílico serão sintetizados e utilizados em ensaios de ELISA para avaliar a reatividade de anticorpos presentes em amostras de soro de indivíduos infectados e não infectados pelo S. mansoni frente a estes antígenos. Os microarranjos de peptídeos também serão utilizados em imunoensaios para detecção dos peptídeos imunorreativos da proteína PPE. A realização deste projeto poderá resultar na identificação de peptídeos da proteína PPE com potencial para serem empregados em diferentes plataformas de diagnóstico sorológico da esquistossomose.
Palavras-chaves:ANTÍGENOSVACINADOENÇAS PARASITÁRIASESQUISTOSSOMOSE Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.3. Biologia, bioquímica e biologia molecular de parasitos e a sua interação com células e hospedeiros