Óleos essenciais como larvicidas ambientalmente amigáveis para controle de mosquitos voltar para a edição atual

Jean Paulo dos Santos Costa

Sob orientação de BRUNO GOMES DA SILVA e SAMARA GRACIANE DA COSTA LATGE
O desenvolvimento de novos produtos de controle de mosquitos é importante para substituir métodos que não demonstram eficácia devido à resistência aos inseticidas, e para aumentar o leque de possíveis estratégias a aplicar no manejo integrado de vetores [1, 2]. Óleos essenciais (OE) são misturas de compostos do metabolismo secundários das plantas produzidos para se protegerem contra microrganismos e insetos. Estes óleos já demonstraram ter potencial para serem usados como larvicidas de mosquito vetores [3]. O aluno Jean Costa será inserido no projeto “Um larvicida ambientalmente amigável para controle de mosquitos” tendo como objetivo principal caracterizar potencialidade de alguns OE no manejo de fontes larvais (MFL), e identificar um novo OE com propriedades larvicidas para aplicar no processo de encapsulamento com levedura optimizado pelo consórcio do projeto. Este subprojeto tem quatro objetivos específicos: 1- Determinar a ação larvicida de curta duração de OE em Aedes. 2- Determinar o impacto de OE no desenvolvimento e metamorfose do Aedes. 3- Determinar a ação repelente de OE na oviposição das fêmeas de Aedes. 4- Desenvolver material educativo sobre OE no controle vetorial. O aluno usará no seu estudo seis óleos comerciais que podem ser obtidos por baixo custo (i.e. OE de laranja, OE de copaíba, OE de funcho doce, OE de anis estrelado, OE de hortelã-pimenta, e OE de hortelã-verde). Ensaios para determinar a ação larvicida (concentrações letais, CL) e o impacto no desenvolvimento e metamorfose (inibição da emergência de adultos, IE%) seguirão as recomendações da Organização mundial de saúde (OMS) [4]. Os óleos serão dissolvidos em etanol absoluto para poderem ser aplicados na água, ou encapsulados em levedura. Os ensaios para determinar concentrações letais terão várias concentrações de OE e dois controles negativos (água e solvente/partícula de encapsulamento). Em cada ensaio, 4 réplicas técnicas em ensaios com 25 ml e/ou 100 ml de solução e 25 larvas L3 serão preparadas para cada concentração. Mortalidade será verificada 24h após o início do ensaio. As CL para cada OE serão determinadas por regressão logística (modelo linear generalizado “logit”) implementada pelo software R com dados de pelo menos 3 réplicas biológicas. Os ensaios para determinar a proporção da inibição de emergência de adultos usarão 5 concentrações de OE e um controle negativo (reagentes da emulsão/encapsulamento). Quatro réplicas técnicas com 250 ml de solução e 25 larvas L3 e serão preparadas para cada concentração. Comida de peixe será adicionada diariamente até o final do ensaio. Emergência dos adultos e mortalidade de larva/pupa é recolhida diariamente até todos os adultos tenham emergido no controle negativo (ou tenham morrido). Pelo menos 3 réplicas biológicas serão testadas para cada óleo essencial, e IE% será calculado baseado nas indicações da OMS [4]. Ensaios de oviposição serão realizados em gaiolas teladas de 75x75 cm de base e 1,5m de altura com quatro armadilhas ovitrampas. Cada gaiola terá 2 armadilhas tratadas com 250 ml de solução com OE (múltiplos de CL90) e 2 armadilhas com água filtrada, que estarão distribuídas de forma diagonal nos cantos da gaiola. Uma fêmea Aedes alimentada artificialmente com sangue será usada em cada ensaio de 72 horas. O estudo de cada OE reunirá mais de 15 ensaios válidos (com pelo menos um ovo contado) para cada óleo e os ovos serão contados manualmente em cada paleta e solução. Testes não paramétricos pareados de Wilcoxon serão usados para verificar diferenças significativas no número de ovos entre armadilhas com OE e água. Um total de 2 apostilas educativas sobre a aplicação de OE no controle vetorial vão ser preparadas para publicação na plataforma de recursos educacionais da Fiocruz, Educare (objetivo adicionado devido a pandemia de COVID-19). Para preparar este material, uma pesquisa bibliográfica sobre as concentrações letais de cada óleo contra mosquitos Aedes e outros fatores dos OE foi realizada no Pubmed, Web of Science e Google acadêmico. Cronograma T1: Ensaios com funcho e laranja encapsulado em levedura (até setembro de 2022) T2: Publicação de apostilas de óleos cítricos e de hortelãs (até outubro de 2022) # T3: Ensaios de oviposição (outubro a fevereiro de 2022) T4: Ensaios com óleos em etanol (março a junho de 2022) T5: Ensaios para determinar impacto no desenvolvimento (em avaliação). T6: Tratamento estatístico (outubro de 2022, fevereiro de 2022, julho de 2022) T7: Submissão de artigo científico sobre os resultados das ações larvicidas dos óleos essenciais (julho de 2022) #: Poderá ser estendida para incluir mais óleos. Referências [1] Moyes C.L. et al.(2017) PLoS Negl Trop Dis,11(7): e0005625. [2] Achee NL et al.(2019) PLoS Negl Trop Dis, 13(1):e0006822. [3] Dias C.N. and Moraes D.F. (2014) Parasitol Res,113(2):565-592. [4] WHO (?2005)? WHO/CDS/WHOPES/GCDPP/2005.13, 39 p.
Palavras-chaves:ÓLEOS ESSENCIAISSACCHAROMYCES CEREVISIAELARVICIDAAEDES AEGYPTIÓLEO ESSENCIALÓLEO DE LARANJALARVICIDASÓLEOS ESSENCIAIS Área de conhecimento (CNPq): Zoologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 1.5. Controle de vetores e reservatórios