Atividade sinérgica de derivados de benzimidazóis com anfotericina B e fluconazol como alternativa antifúngica no combate à criptococosevoltar para a edição atual

Bárbara Tavares Bezerra

Sob orientação de Marcio Lourenço Rodrigues
A criptococose é uma micose sistêmica, causada por fungos do gênero Cryptococcus, sendo as espécies C. neoformans e C. gattii as principais responsáveis pela contaminação. A sua transmissão ocorre a partir do momento em que se inala esporos ou pequenas células dos fungos, que podem estar presentes em árvores de eucaliptos ou excretas de pássaros. As suas manifestações clínicas variam de acordo com o organismo do paciente e avanço da doença, entretanto, existem altos riscos de desenvolvimento de meningite criptocócica em pacientes imunocomprometidos. Atualmente, o tratamento mais eficaz da doença apresenta custos muito altos, o que prejudica a sua aplicação em diversas regiões afetadas pela criptococose, aumentando a chance de óbitos. Esse cenário exige que mais pesquisas, voltadas para a formulação de tratamentos mais acessíveis, sejam desenvolvidas. Tendo isso em vista, este projeto tem por objetivo, analisar o sinergismo entre os derivados de benzimidazóis albendazol, mebendazol, flubendazol e fenbendazol com anfotericina B e fluconazol in vitro contra C. neoformans e C. gattii. A primeira etapa do projeto consistiu em analisar a concentração inibitória mínima (CIM) dos derivados de benzimidazóis, para diferentes isolados. O experimento apontou MIC 50% e 95% para os compostos de mebendazol, flubendazol e fenbendazol e, para o albendazol, não foi determinado o CIM para as concentrações estudadas. Em seguida, experimentos de sinergismo foram aplicados para as combinações de Anfotericina B e fluconazol, juntamente com os derivados de benzimidazóis. A análise de dados foi feita por meio de cálculos do índice de concentração inibitória fracionada (FICI) e pelo modelo de independência de Bliss. Os resultados apontaram para pontuações gerais promissoras, principalmente para combinações de Anfotericina B e Fenbendazol para C. neoformans e C. gattii. O projeto ainda prevê etapas futuras focadas na realização de mais experimentos de sinergismo, análise de citotoxidade in vitro, atividade antifúngica intracelular e testes in vivo para os compostos, em modelo murino.
Palavras-chaves:CRYPTOCOCCUS SPPCRIPTOCOCOSEANTIFÚNGICOSBENZIMIDAZÓIS Área de conhecimento (CNPq): Microbiologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 26.3. Pesquisa e Desenvolvimento de fármacos sintéticos