COVID-19 E A VIOLÊNCIA URBANA: REPERCUSSÕES NO TRABALHO E NA SAÚDE MENTAL DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDEvoltar para a edição atual

MAYARA AURELIANO RODRIGUES

Sob orientação de Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira Meyer e Ana Patricia Pereira Morais
Países que tiveram sucesso no enfrentamento e controle da pandemia, o fizeram com ações de controle da disseminação do vírus, identificando pacientes contaminados e prevenindo que estes difundissem a infecção através de isolamento. Dados recentemente indicam que estratégias de isolamento e rastreamento combinadas reduziriam a transmissão do COVID-19 mais do que as práticas isoladas de testagem em massa ou auto-isolamento. Neste contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem o potencial de exercer uma importante função no combate a pandemia ao trabalhar no rastreamento de contato, coletando informações sobre infectados e fornecendo orientações a estes e a comunidade, com a finalidade de conter a transmissão da doença. Contudo, questões de contexto, como a violência, podem influenciar seu processo de trabalho e sua atuação no combate a COVID-19, e de outros agravos na saúde, principalmente em grupos de territórios de vulnerabilidade. Objetivo: Analisar as associações entre COVID-19, violência, condução dos cuidados de outros problemas de saúde na população, processo de trabalho e saúde mental de Agentes Comunitários de Saúde. Metodologia: Trata-se de estudo multicêntrico, de natureza quantitativa, com desenho transversal, descritivo-analítico, desenvolvido nos municipios de Fortaleza, Sobral e complexo Crajubar (municipios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha). O estudo está dividido em 3 etapas. Etapa 1 Aplicação de questionário quantitativo ao ACS (dados primários): a) Questionário sobre violência, dados sociodemográficos e o processo de trabalho do ACS na ESF; b) Questionário sobre o impacto da COVID-19 na violência do território, na condução dos cuidados de outros problemas de saúde na população, e no processo de trabalho dos ACS. Questões sobre infecção do ACS por COVID; c) SRQ-20; d) WHOQOL-Bref; e) Questões relacionadas aos cuidados em saúde mental, absentismo/afastamento trabalho por questões de saúde geral/mental. Etapa 2 Aquisição e organização de dados secundários referentes ao COVID-19 no território, a violência, e a dados relativos a atendimentos ambulatoriais de outras questões de saúde (e.g., Diabetes, hipertensão, pré-natal e vacinação). Dados secundários (taxa de homicídio, Índice de Desenvolvimento Humano [IDH], Cobertura do Programa Bolsa Família [PBF], casos e óbitos por COVID-19, taxas de analfabetismo, taxa de cobertura da ESF, atendimentos de saúde para diabetes, hipertensão, pré-natal e vacinação de 2020 e anos anteriores) serão obtidos junto aos órgãos e ou documentos oficiais dos municípios estudados. Etapa 3Construção de Mapas de Violência e COVID-19, assim como a disseminação do conhecimento gerado. Os achados da presente pesquisa apoiarão a implementação de estratégias e políticas públicas para o enfrentamento da COVID-19, a melhoria da saúde do trabalhador, e a qualificação do processo de trabalho do ACS ante a convivência com a violência no território, e a necessidade de combater a pandemia nas comunidades vulneráveis.
Palavras-chaves:COVID-19VIOLÊNCIA URBANAAGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE Área de conhecimento (CNPq): Enfermagem Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 17.6. Política, planejamento, administração e gestão de sistemas e organização em saúde