VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DE MACRÓFAGOS EXAUSTOS, MACRÓFAGOS M1 E MACRÓFAGOS M2 NO BAÇO DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS COM Leishmania infantumvoltar para a edição atual

Larissa Suzana Silva dos Santos

Sob orientação de FERNANDA NAZARE MORGADO e RENATO PORROZZI DE ALMEIDA
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença em plena expansão no Brasil. Nos últimos anos tem sido observado um aumento da letalidade da LV e o surgimento de casos humanos em áreas onde estes não eram encontrados. Em geral, os casos de leishmaniose visceral canina (LVC) precedem os casos humanos e o cão tem participação importante na manutenção do ciclo biológico do parasita em meio urbano devido ao seu papel como animal reservatório. Uma vez infectados, pode haver a disseminação dos parasitas para muitos órgãos destes animais, sendo o baço um dos órgãos mais afetados. O baço tem sido considerado como um local de persistência parasitária e a desorganização de sua microarquitetura tem sido associada à falha no controle da carga de parasitas, progressão da doença e à redução da expressão de quimiocinas e citocinas, perfil compatível com exaustão celular. Em estudo prévio, nosso grupo verificou a expressão de moléculas de exaustão (PD-1, LAG-3, TIM-3, CTLA-4, PD-L1 e PD-L2) no baço de cães naturalmente infectados e que ainda apresentavam polpa branca esplênica do tipo organizada e baixa carga parasitária. Neste sentido, o presente projeto trabalha com a hipótese de que o processo de exaustão estaria envolvido na perda de ativação celular, na desorganização da microarquitetura esplênica e falha no controle da carga parasitária. Por outro lado, a alta carga parasitária observada nos estágios tardios da infecção canina, assim como a perda de resposta linfoproliferativa poderiam estar relacionadas a mecanismos de inibição da resposta imune como por exemplo pela ação de IL-10 e TGF-? que são citocinas produzidas por macrófagos ativados pela via alternativa. Outra possibilidade seria a presença de macrófagos exaustos, semelhante ao descrito em infecção em camundongos com L. donovani. Neste contexto, qual seria o papel dos macrófagos na imunopatogenia na LVC já que são as células que albergam os parasitas? Qual o impacto da exaustão celular nas funções efetoras dos macrófagos? Assim, o presente projeto prevê o estudo do perfil de macrófagos caninos no baço de 41 cães naturalmente infectados com Leishmania infantum e apresentando diferentes níveis de desorganização da polpa branca esplênica e carga parasitária. Será feita a análise histopatológica, a análise de macrófagos de perfil M1, M2 e exaustos, assim como a identificação de quais células estão em processo de morte, através da técnica de citometria de fluxo. Formas amastigotas serão analisadas qualitativamente e quantitativamente no baço dos animais através da técnica de imuno-histoquímica.
Palavras-chaves:LEISHMANIOSE VISCERAL CANINABAÇOIMUNOPATOLOGIALEISHMANIA INFANTUMEXAUSTÃOMATRIX EXTRACELULARMATRIX EXTRACELULAR. Área de conhecimento (CNPq): Medicina Veterinária Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.5. Imunopatologia e resposta imunológica nas infecções parasitológicas