IMPACTO DA COVID-19 NA EVOLUÇÃO CLÍNICA E NA MORTALIDADE DA TUBERCULOSEvoltar para a edição atual

Maria Clara Cavalcante Gomes

Sob orientação de MICHELLE CHRISTIANE DA SILVA RABELLO
A COVID-19, causada pelo vírus da síndrome respiratória aguda grave coronavírus-2 (SARS-CoV-2), é responsável pela morte de milhares de pessoas. A pandemia da COVID-19 causou um significativo impacto na economia e na saúde pública de toda a sociedade. Consequentemente, outras doenças infecciosas, como a tuberculose (TB), estão sendo mais negligenciadas1. Assim como a TB, a COVID-19 é transmitida por via respiratória e afeta os pulmões. Fatores de risco como idade avançada e comorbidades como diabetes, hipertensão, doenças respiratórias crônicas, entre outras, também estão associados a complicações em ambas as infecções2,3,4. A interação entre essas morbidades é pouco citada na literatura. Porém, estudos recentes mostram que a coinfeção TB/COVID-19 apresenta um risco de 2,10 vezes maior do indivíduo evoluir com manifestações clínicas graves5. O paciente acometido com doença respiratória prévia encontra-se com a função pulmonar prejudicada, isso resulta em uma resposta imune deficiente propiciando a síndrome respiratória aguda, ratificando essa relação6. Devido à imunidade deprimida e o dano pulmonar, os pacientes com TB que adoecem com COVID-19 podem ter desfechos desfavoráveis, elevando o risco de morbidade, hospitalização e mortalidade desses pacientes7,8. Existem poucas informações na litreratura a respeito do impacto da COVID na evolução clínica e na mortalidade dos pacientes com tuberculose, especialmente nos pacientes com TB drogaresistente (TBDR) e pacientes de TB coinfectados com o virus da imunodeficeincia humana (HIV)5,6,7,9. Pesquisas científicas nacionais sobre a interação clínica entre essas infecções são necessárias no nosso país para podermos conhecer o padrão clínico, manejo clínico e prognóstico dessas infecções na nossa população. O Brasil continua entre os 30 países com alta carga de TB e de coinfecção com HIV. O Estado de Pernambuco se destaca por apresentar uma das maiores taxas de incidência e de mortalidade por TB no país10. Diante desses indicadores epidemiológicos da TB e da gravidade da pandemia da COVID 19, neste estudo pretendemos conhecer o padrão clinico-epidemiológico dos casos de TB/COVID na população pernambucana e avaliar o impacto da COVID-19 no agravamento clínico e na mortalidade desses pacientes.
Palavras-chaves:TUBERCULOSECOVID-19MORTALIDADEEVOLUÇÃO CLÍNICA Área de conhecimento (CNPq): Medicina Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 15.5. Epidemiologia de doenças transmissíveis