Estudos sobre roedores silvestres hospedeiros de hantavírus e arenavírus em áreas de Campos Gerais no estado do Paranávoltar para a edição atual

Rafaella Oliveira de Azevedo

Sob orientação de BERNARDO RODRIGUES TEIXEIRA
Aproximadamente 60% dos patógenos infecciosos que afetam a saúde humana são zoonoses, sendo grande parte zoonoses virais com origem em mamíferos silvestres. Dentre estes, os roedores silvestres se destacam por serem hospedeiros potenciais de hantavírus e arenavírus, responsáveis por desencadearem diversas enfermidades. Este estudo visa então investigar a circulação de hantavírus e arenavírus em roedores silvestres provenientes de duas áreas de Campos Gerais no estado do Paraná. Como objetivos desse projeto estão: a realização de um levantamento bibliográfico, baseando-se em estudos de ecologia de populações e comunidades desses roedores hospedeiros de hantavírus e arenavírus; realização de um diagnóstico sorológico e molecular das amostras dos roedores silvestres e ainda a identificação dos genótipos virais associados a estes e por fim relacionar os dados de infecção por hantavírus e arenavírus às variáveis ambientais e das comunidades de roedores. As amostras de soro e órgãos a serem utilizadas nas análises sorológicas e moleculares, foram obtidas a partir de expedições científicas para a coleta de roedores silvestres entre 2018 e 2019. Tais coletas foram realizadas previamente em duas Unidades de Conservação (UCs) em áreas de campos naturais no estado do Paraná: Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (REVIS-CP) no município de Palmas/PR e Parque Nacional dos Campos Gerais (PARNA-CG) no município de Ponta Grossa/PR. No presente estudo foi realizado um levantamento bibliográfico, utilizando-se inicialmente 117 artigos científicos oriundos do site Pubmed, ao decorrer das análises, apenas 85 foram validados como adequados às temáticas procuradas para o desenvolvimento deste estudo. Foram realizadas também análises sorológicas de 128 roedores silvestres. Quatro roedores (um Akodon montensis e três Oligoryzomys nigripes), todos provenientes do PARNA-CG, apresentaram sororeatividade (ELISA) para hantavírus, com uma prevalência total de 3,12%. Todos O. nigripes tiveram confirmação de infecção por análises moleculares (RT-PCR) enquanto A. montensis apresentou PCR negativa. Ambas as espécies são conhecidos reservatórios de hantavírus no estado do Paraná, sendo O. nigripes reservatório do genótipo Juquitiba (JUQV) e A. montensis do genótipo Jaborá (JABV). Com a continuidade do projeto espera-se concluir as análises de infecção por hantavírus e realizar as análises de infecção por arenavírus nas amostras coletadas. Com o decorrer do desenvolvimento desse estudo, pretende-se identificar os genótipos virais associados as espécies estudadas, avaliar as características ambientais relacionadas às espécies de hospedeiros e às prevalências de infecção, além de gerar conhecimento que possa servir de subsídio e ter aplicabilidade no sistema de vigilância ambiental em saúde na região, auxiliando tanto as secretarias de saúde locais, quanto os gestores das UCs de estudo.
Palavras-chaves:ZOONOSESMAMÍFEROSTAXONOMIAECOLOGIAVIGILÂNCIA ECO-EPIDEMIOLÓGICA Área de conhecimento (CNPq): Ecologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 1.2. Taxonomia, genética e ecologia de vetores e reservatórios