Ecoepidemiologia das leishmanioses no Piauí: Inferência sobre taxas de infecção do inseto vetor por Leishmania spp., pesquisa de fonte alimentar e caracterização molecular dos parasitosvoltar para a edição atual

RAFAELA TAVARES DOS REIS

Sob orientação de CONSTANCA FELICIA DE PAOLI DE CARVALHO BRITTO e THAIS DE ARAUJO PEREIRA
As leishmanioses apresentam uma grande variedade ecoepidemiológica, com ampla distribuição geográfica e diversidade clínica. Nos últimos anos, estas doenças vêm apresentando mudanças em seus ciclos de transmissão devido a diversos fatores, tendo o inseto vetor, fêmeas de flebotomíneos e as variáveis ambientais, importantes papéis neste contexto. Na presente proposta visamos estudar a fauna de flebotomíneos em municípios do estado do Piauí que são endêmicos para Leishmaniose Tegumentar (LT) e Leishmaniose Visceral (LV). De modo geral, a ocorrência de surtos de leishmanioses tem conhecida relação com impactos ambientais de diversas origens, portanto há que se trabalhar com prováveis fatores determinantes destes processos, que permitam discutir diferentes cenários epidemiológicos. O estado do Piauí representa, territorialmente, a confluência de três biomas brasileiros, o Cerrado, a Caatinga e a Amazônia; esta característica, associada à pobreza, torna o controle de algumas doenças infecciosas um grande desafio. A LV ocorre com maior frequência em área urbanas, inclusive na capital, Teresina. Em relação à LT, estão sendo descritos surtos em algumas regiões urbanas e rurais. Além disso, é possível notar, em algumas localidades, surtos epidêmicos recorrentes de LT onde a presença de vetores dos agentes etiológicos desta forma clinica é insuficiente ou inexistente, sugerindo assim que outras espécies de flebotomíneos possam estar transmitindo os parasitos responsáveis pela LT nestas áreas. Para este projeto, está sendo proposto um conjunto de metodologias amplamente aplicadas e validadas para o estudo da fauna flebotomínica, diagnóstico de infecção natural e pesquisa de fonte alimentar destes insetos, e acoplada a este conjunto, a análise espacial e modelagem matemática, possibilitando correlacionar os resultados obtidos nas diferentes áreas de estudo com os dados ambientais, em um Sistema de Informação Geográfica (SIG). Assim, esperamos produzir novos conhecimentos, não apenas para melhor compreender a ecoepidemiologia e o processo de espacialização da LT e LV nas áreas selecionadas, como também contribuir com elementos que possibilitem nortear e aperfeiçoar as diretrizes voltadas para as políticas públicas de vigilância e controle destes agravos.
Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 1.5. Controle de vetores e reservatórios