Avaliação da eficiência de recuperação viral em queijo Minas artesanal por diferentes abordagens.voltar para a edição atual

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Sob orientação de Carina Cantelli Pacheco de Oliveira
Doenças transmitidas por alimentos (DTAs) têm alto impacto socioeconômico em saúde pública. No Brasil, a vigilância de infecções virais transmitidas por alimentos é inexistente e sustors de gastroenterite aguda (SGA) associados à ingestão de alimentos não possuem a etiologia definida. Alimentos prontos para consumo (queijos, carnes, ostras e frutas) contaminados com norovírus (NoV) são mundialmente reportados em SGA. Embora estudos brasileiros tenham apontado o possível papel do queijo como veículo de transmissão de vírus entéricos, ainda não é preconizada pelas normativas brasileiras a avaliação viral como requisito de qualidade nestes alimentos. A norma européia ISO 152165 que trata sobre a metodologia para detecção de NoV em categorias de alimentos de alto risco, indica para produtos lácteos (queijos) o processamento através da coleta da amostragem por superfície. Esta abordagem é indicada para avaliação do alimento com alto risco de contaminação devido à manipulação inadequada (durante o processo ou quando comercializada). Contudo, o leite é uma matriz extremamente complexa, rica em proteínas, polissacarídeos e ácidos graxos, e para o queijo Minas artesanal (QMA) que provêm de uma matéria prima crua, o processamento da amostra e as etapas subsequentes de extração viral tornam-se críticos na recuperação dos vírus alvos. Desta forma, o estudo objetiva avaliar a eficiência de três diferentes metodologias de recuperação viral utilizando o mengovírus (MgV) como controle interno (CI) no processo de detecção de NoV genogrupos I e II (GI e GII) em QMA. Metodologia: Trinta amostras de QMA serão processadas através da: amostragem por superfície (a), homogeneização com TRIzol® (b) e digestão com proteinase K (c), de acordo com protocolos descritos previamente. Nas três abordagens, inóculos de NoV GII (105 cópias genômicas, cg) e do MgV (107 cg) serão adicionados ao início do processo. Ácidos nucleicos serão extraídos com kit comercial, e a detecção/quantificação dos NoV e do MgV será realizada pela RT-PCR quantitativa (RT-qPCR) (7500 Real Time PCR System®), de acordo com protocolos descritos previamente. A recuperação de MgV e do NoV pelos três métodos será analisada qualitativa e quantitativamente, e possíveis correlações poderão ser realizadas, sendo considerados estatisticamente significativos quando p-level ? 0,05.
Área de conhecimento (CNPq): Microbiologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 16.5. Qualidade de medicamentos, alimentos e outros produtos utilizados pela população e que podem de alguma forma constituir fator de risco e agravo da saúde individual e coletiva