Avaliação da resposta imune em indivíduos com leishmaniose tegumentar com teste intradérmico de Montenegro negativo (DTH-).voltar para a edição atual

ALMERIO LIBORIO LOPES DE NORONHA FILHO

Sob orientação de Lucas Pedreira de Carvalho
A Leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania. Estes parasitos infectam e sobrevivem principalmente nos macrófagos, porém outros tipos de células tais como as células dendriticas, linfócitos e neutrófilos participam na patogênese desta doença. A leishmaniose tegumentar americana (LTA) causada por Leishmania braziliensis pode causar desde a leishmaniose cutânea (LC), associada a uma ou mais úlceras granulomatosas, até as debilitantes formas disseminada (LD) ou mucosa (LM) da doença (Marsden et al., 1985; Schriefer et al., 2009; Carvalho et al., 2012). A resposta imune na LC é caracterizada por uma forte resposta inflamatória, tipicamente Th1. Linfócitos de pacientes com LC produzem IFN-y que é a mais importante citocina ativadora de macrófagos, e com isso impedem a multiplicação e a disseminação de parasitos (Ameen M., 2010). Todavia, a L. braziliensis persiste nas células infectadas e leva a grande produção de citocinas pro inflamatórias como IL1? e TNF que estão associadas à gravidade da doença ( Bottrel et al., 2001 ; Bacellar et al., 2002; Follador et al. , 2002 ; Vargas et al. , 2010 ; Carvalho et al., 2012; Santos D et al., 2018). Mais recentemente, tem sido destacado o papel de macrófagos na resposta inflamatória desde que essas células são predominantemente responsáveis pela produção de TNF e IL-1? (Santos, D et al., 2018). Além disso, células NK e T CD8+ produtoras de granzima B e perforina infiltram a lesão de pacientes com LC e induzem resposta inflamatória contribuindo para o desenvolvimento da úlcera cutânea (Novais, F et al. 2018; Santos, D et al., 2018) Corte de Pedra é um distrito do município de Presidente Tancredo Neves no sudeste do estado da Bahia. Está é uma área de transmissão de L. braziliensis onde cerca de 1000 casos da doença são acompanhados por ano. Cerca de 5% dos pacientes com LC desta área endêmica apresentam teste cutâneo negativo (DTH-) para antígenos de Leishmania. Estes são indivíduos com teste negativo para HIV e sem qualquer outra doença. Nossos dados preliminares mostram que pacientes com DTH- falham mais a terapêutica com antimonial pentavalente, e células mononucleares do sangue periférico produzem menos IFN-gama em resposta à antígenos de Leishmania quando comparados a pacientes com DTH+. A nossa principal hipótese é que pacientes DTH- falhem a terapêutica devido a uma baixa resposta Th1 local, e que a alta carga parasitária leve a uma resposta inflamatória exacerbada, contribuindo para o dano tecidual.
Palavras-chaves:LEISHMANIOSE CUTÂNEAPOLIMORFISMOPATOGÊNESE Área de conhecimento (CNPq): Imunologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 5.2. Imunobiologia e imunorregulação, imunopatologia das infecções, das doenças crônicas não transmissíveis e das alergias