Diagnóstico e prevenção de letalidade por leishmaniose visceral em pessoas coinfectadas com HIV em Gravatá – Pernambuco. voltar para a edição atual

VITOR GAMA VIEIRA DE ARAUJO REGIS

Sob orientação de Zulma Maria de Medeiros
PROJETO DE PESQUISA Diagnóstico e prevenção de letalidade por leishmaniose visceral em pessoas coinfectadas com HIV em Gravatá – Pernambuco. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA A leishmaniose visceral (LV) é uma parasitose com predomínio de casos nas regiões tropicais e subtropicais7. Apesar de endêmica em mais de 60 países, sete países respondem por mais de 90% do número de casos – Brasil, Etiópia, Índia, Quênia, Somália, Sudão do Sul e Sudão1. Nas Américas, 97% dos casos ocorrem no Brasil8. A coinfecção da LV e do vírus da imunodeficiência humana (LV/HIV) é um importante problema de saúde pública, poia o HIV+ eleva o risco de desenvolver LV em 100 a 2.320 vezes3 e o HIV+ aumenta o risco de recidiva de LV6. A prevalência de LV/HIV no Brasil varia de acordo com a região e com o método diagnóstico empregado. Um estudo realizado pelo nosso grupo de pesquisa em Pernambuco no qual teve como critério para definir LV/HIV foi ter ao menos um teste positivo para LV, foi observada uma prevalência de 16,91%3. As manifestações clínicas da LV/HIV podem ser perda de peso, febre, esplenomegalia e hepatomegalia, mas são sintomas mais frequentes nos casos de LV2, fato que pode retardar o diagnóstico de LV/HIV4. Além disso, os testes sorológicos tendem a ser menos sensíveis em pessoas imunocomprometidas9, e nenhum método atualmente disponível apresenta sensibilidade e especificidade altas no LV/HIV, sendo sugerida a associação de diferentes métodos para um diagnóstico mais preciso5. Já que o tratamento em pacientes com coinfecção tem maior risco de falha5, o diagnóstico precoce é de suma importância para reduzir a mortalidade2. OBJETIVOS Geral Desenvolver estratégias para diagnóstico e prevenção de letalidade por leishmaniose visceral em pessoas LV/HIV em Gravatá - Pernambuco. Específicos Identificar casos LV/HIV através de testes imunológicos e moleculares mapear os casos na rede de atenção à saúde como estratégia de vigilância no município. METODOLOGIA O estudo será realizado no Serviços de Assistência Especializada em HIV/aids (SAE/SUS), em Gravatá. A população do estudo será pessoas HIV+, de ambos os sexos e com idade > de 18 anos. Um estudo transversal serão realizados com exames clínicos e laboratoriais para confirmação do diagnóstico de LV/HIV, quando pelos menos um dos testes forem positivos: rK39-ICT, DAT, KAtex e PCR convencional. Além disso, serão coletadas informações, entrevista, prontuário e exame físico: o tratamento ao HIV, LV passadas ou recorrentes, medicamentos para HIV e exames laboratoriais (hemograma, as enzimas hepáticas, a função hepática, a função renal, a contagem de globulinas e a carga viral, CD8+, CD38+ e CD4). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CAEE 38488020.9.0000.5190). CRONOGRAMA Atividades/Meses da bolsa 1. Preparação de cartilha convite aos pacientes – Mês 1 2. Seleção dos pacientes – Meses 1-2 3. Coleta de informações – Meses 2-4 4. Coleta de amostras biológicas – Meses 3-5 5. Processamento das amostras biológicas – Meses 3-6 6. Análise dos dados – Meses 5-8 7. Mapeamento dos casos de coinfecção LV/HIV – Meses 7-9 8. Liberação dos laudos aos pacientes – Meses 5-10 9. Confecção dos relatórios – Meses 10-11 BIBLIOGRAFIA 1. BURZA, S et al. The Lancet, v. 392, n. 10151, p. 951–970, 2018. 2. COUTINHO, JVSC et al. R da Rev Soc Bras Med Trop, v. 50, p. 670-674, 2017. 3. GUEDES, DL et al. Am. J. Trop. Med. Hyg, [s. l.], v. 99, n. 6, p. 1541–1546, 2018. 4. HENN, GAL et al. braz j infect dis., [s. l.], v. 22, n. 2, p. 92–98, 2018. 5. LINDOSO, JAL et al. Hiv/aids, v. 10, p. 193, 2018. 6. LIRA, JLM; CALADO, MF; DE LUCENA OLIVEIRA, L. Res., Soc. Dev, v. 9, n. 10, p. e7249109203-e7249109203, 2020. 7. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Leishmaniasis. [S. l.], 2018. 8. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Leishmanioses: Informe epidemiológico nas Américas. [s. l.], v. 9, 2020. 9. VAN GRIENSVEN, J; DIRO, E. Inf Dis Clin North America J, [s. l.], v. 33, n. 1, p. 79–99, 2019.
Área de conhecimento (CNPq): Saúde Coletiva Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 11.14. DST, HIV/AIDS e co-infecções: estudo da clínica, diagnóstico, terapêutica e epidemiologia