Variabilidade genética da proteína de ligação ao eritrócito 2 (EBP2) do Plasmodium vivaxvoltar para a edição atual

GUILHERME HENRIQUE RODRIGUES MATTOS

Sob orientação de Luzia Helena Carvalho e GABRIELA MAIA FERNANDES
A invasão dos eritrócitos pelos parasitos da malária garante o sucesso da infecção humana e, consequentemente, o desenvolvimento da doença clínica. Para que o merozoíto do P. vivax consiga sucesso nesse processo de invasão é necessária a interação entre a região II da Duffy binding protein (DBPII) e seu receptor presente na superfície dos eritrócitos, o antígeno de grupo sanguíneo Duffy receptor para quimiocinas (DARC). Logo, indivíduos que não apresentam o DARC em seus eritrócitos são altamente resistentes à infecção pelo P. vivax. Entretanto, estudos recentes demonstraram alguns indivíduos DARC negativos infectados por este parasito, o que sugere uma via alternativa de invasão ainda desconhecida. Neste contexto, o presente estudo visa caracterizar molecularmente uma proteína recém descrita do P. vivax, denominada proteína de ligação ao eritrócito 2 (EBP2), que compartilha domínios chave com a DBPII. A nossa hipótese aqui é a de que esta proteína pode participar na invasão do P. vivax em eritrócitos DARC negativos. DNAs provenientes de pacientes infectados com o P. vivax, de várias regiões do Brasil (Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Pará) foram utilizados como molde para amplificar o gene da EBP2 e da DBPII por meio da técnica de Semi-Nested PCR e PCR convencional, respectivamente. As amostras amplificadas foram purificadas por meio da enzima ExoSAP-IT, dosadas no nanodrop e, aquelas com uma concentração de pelo menos 50 ng/uL foram utilizadas para o sequenciamento de Sanger. As sequências foram analisadas e comparadas com a sequência referência disponível no GenBank (acesso em ebp: K987954.1; dbp: M61095.1) para identificação de possíveis polimorfismos nos genes da EBP2 e da DBPII. Até o presente momento 10 amostras foram amplificadas, nas quais foram identificados 13 polimorfismos não-sinônimos para o gene da EBP2 e 17 para a DBPII. Os resultados iniciais sugerem que o gene da EBP2 é menos polimórfico que o da DBPII. Visando aumentar o número de amostras, já iniciamos o sequenciamento de cerca de 20 amostras, incluindo de diferentes áreas geográficas. Este estudo da variabilidade genética da EBP2 é pioneiro no nosso meio e poderá fornecer os subsídios para validar vacinas que visam proteínas menos polimórficas.
Palavras-chaves:MALÁRIAP. VIVAXVACINARESPOSTA IMUNEDBPIIEBP2 Área de conhecimento (CNPq): Microbiologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.5. Imunopatologia e resposta imunológica nas infecções parasitológicas