Caracterizar o impacto dos óleos essenciais encapsulados em levedura na flora bacteriana dos criadores larvares e na oviposição do Aedes aegyptivoltar para a edição atual

TAINA DOMINONI BIANCHIN

Sob orientação de BRUNO GOMES DA SILVA e DANIELE PEREIRA DE CASTRO
O desenvolvimento de novos produtos de controle de mosquitos é importante para substituir métodos que não demonstram eficácia devido à resistência aos inseticidas, e para aumentar o leque de possíveis estratégias a aplicar no manejo integrado de vetores [1, 2]. Óleos essenciais (OE) são misturas de compostos do metabolismo das plantas produzidos para se protegerem contra microrganismos e insetos. Estes óleos já demonstraram ter potencial para serem usados como larvicidas de mosquito vetores [3], mas a sua integração como inseticidas em programas de manejo integrado de vectores (IVM) ainda não foi realizada [4]. A aluna Tainá Dominoni Bianchin será inserida no projeto “Um larvicida ambientalmente amigável para controle de mosquitos”, focando na caraterização do impacto que os óleos encapsulados em levedura têm na diversidade bacteriana dos criadores larvares e no comportamento de oviposição do mosquito Aedes aegypti. Os óleos com propriedades atrativas/estimulantes para oviposição podem ser utilizados para melhorar armadilhas focadas nas fêmeas grávidas evitando a postura de ovos em ambientes naturais, o que quebra o ciclo reprodutivo do mosquito, enquanto óleos repelentes/dissuasores da oviposição permitem criar estratégias para proteger locais tipicamente usados por mosquitos como criadores larvares, especialmente aqueles que não podem ser removidos do seu ambiente ou apresentam valor económico (e.g. reservas de água potável; produtos industriais ou comerciais, tais como pneus e plantas). Este subprojeto vai permitir entender se o larvicida altera a flora bacteriana após o tratamento e como isso poderá alterar a oviposição dos mosquitos. Para desenvolver a revisão bibliográfica sobre o impacto das bactérias e metabolitos bacterianos na oviposição de mosquitos Aedes aegypti usaremos a estratégia de organização de pesquisa bibliográfica denominada SPIDER (Sample, Phenomenon of Interest, Design, Evaluation, Research Type) [5]. Na parte experimental do projeto, três óleos essenciais encapsulados em leveduras serão utilizados no nosso subprojeto (óleos serão mantidos em sigilo). Ensaios de oviposição em semi-campo serão realizados dentro gaiola Pop-up com mangas (W60 x D60 x H90 cm) em condições ambientais com luz natural e flutuação de temperatura num pátio protegido da chuva, usando quatro ovitrampas (duas tratados vs. duas controles) serão inseridas dentro de uma gaiola pop-up (uma armadilha em cada canto) com um padrão diagonal que varia ao longo dos ensaios evitando o enviesamento associado à localização da ovitrampa. Em cada gaiola, uma fêmea grávida é inserida dentro de uma gaiola Pop-up para inferir o número de ovos postos em cada condição após 24 h à 72 h. O número de ovos é contado nas placas de madeira e na solução para todas as ovitrampas. Este procedimento será repetido quatro vezes para cada OE/concentração rodando a posição das ovitrampas. O índice de atividade da oviposição (OAI) [6] será utilizado para inferir a atratividade/repelência da substância à oviposição. Para verificar o impacto dos larvicidas de óleo essencial na população bacterianas dos criadouros larvares, a técnica de Espectrometria de Massa Maldi-Tof será aplicada em dois tipos de criadores larvares (pneus e recipientes de plástico) para identificar proteínas de bactéria de forma a identificar as bactérias e estimar a diversidade microbiana da amostra. Numa segunda fase, os ensaios de oviposição e a técnica de Espectrometria de Massa Maldi-Tof serão combinadas para verificar grupos bacterianos com maior impacto negativo ou positivo na oviposição do mosquito Aedes aegypti. Referências [1] Moyes C.L. et al. (2017) PLoS Negl Trop Dis,11(7): e0005625. [2] Achee NL et al. (2019) PLoS Negl Trop Dis, 13(1):e0006822. [3] Dias C.N. & Moraes D.F. (2014) Parasitol Res,113(2):565-592. [4] Pavela R et al. (2019) Acta Trop, 193:236–71. [5] Cooke A et al. (2012) Qual Health Res, 22(10):1435-1443. [6] Kramer WL & Mulla MS (1979) Environ Entomol, 8(6):1111-1117.
Palavras-chaves:ÓLEOS ESSENCIAISSACCHAROMYCES CEREVISIAELARVICIDAAEDES AEGYPTIÓLEO ESSENCIALÓLEO DE LARANJALARVICIDASÓLEOS ESSENCIAIS Área de conhecimento (CNPq): Zoologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 1.5. Controle de vetores e reservatórios