Aspectos da biologia mitocondrial durante a interação Toxoplasma gondii - célula muscular esqueléticavoltar para a edição atual

Larissa Christine Oliveira Muniz

Sob orientação de HELENE SANTOS BARBOSA e DANIEL PEDRA ADESSE
O Toxoplasma gondii é o agente causador da toxoplasmose, doença infecciosa que afeta mais de 30% da população mundial. Esta doença pode afetar todos os animais de sangue quente, incluindo humanos. Ademais, a formação de cistos teciduais do parasito se dá preferencialmente no sistema nervoso e no tecido muscular esquelético. Mesmo em imunocompetentes, seja por infecção recente ou pela reativação dos cistos teciduais, podem ocorrer miosites no músculo esquelético. Apesar da descrição de casos de miosite pela infecção na literatura, ainda não está claro de que forma o T. gondii pode influenciar na fisiologia do músculo esquelético. A célula muscular esquelética é rica em mitocôndrias, e ainda não se sabe como a manipulação dessa organela pelo parasito é capaz de influenciar seu metabolismo energético, tão relevante neste tipo celular. Por essa razão, o objetivo do trabalho é avaliar a fisiologia mitocondrial de células musculares esqueléticas durante a infecção. Para isso, a linhagem celular de mioblasto murino C2C12 foi infectada com cepas de T. gondii tipo I, II e III (RH, Me49 e VEG, respectivamente) por 24 h. Primeiramente, foi aferida a taxa de infecção de cada uma das cepas em diferentes MOI (multiplicidade de infecção), afim de decidir a melhor proporção parasito-célula para os ensaios experimentais. Para a infecção de mioblastos foram selecionados os MOI de 5:1 para a cepa RH e de 10:1 para as cepas VEG e Me49, cuja taxa de infecção foi de aproximadamente 15%. Para a cultura de miotubos, obtidos após indução da diferenciação por 5 dias, foram os MOI 3:1, 5:1 e 10:1 para RH, VEG e Me49, respectivamente, com infecção de aproximadamente 20%. Os experimentos foram repetidos 2 vezes com lamínulas em triplicata e a montagem do terceiro experimento está em andamento para análise e discussão finais. Ensaios pilotos para avaliar a estrutura da rede mitocondrial em células infectadas com T. gondii estão sendo padronizados por imunofluorescência para a proteína Tomm20, para as formas taquizoítas com anticorpo anti-p30 e os núcleos evidenciados com DAPI. A aquisição das imagens está sendo realizada em microscópio Confocal e a avaliação desse experimento será por meio do plug-in Mito-Morphology. Ademais, o método de qRT-PCR será utilizado com o objetivo de avaliar a expressão gênica de marcadores da dinâmica mitocondrial. Os resultados provenientes deste projeto contribuirão para o melhor entendimento da patogenia da toxoplasmose, seus impactos na fisiologia muscular, e os mecanismos pelos quais o parasito manipula a célula hospedeira para garantir o sucesso da infecção.
Palavras-chaves:TOXOPLASMA GONDII; CVÉLULA MUSCULAR ESQULÉTICATOXOPLASMA GONDIICÉLULAS MUSCULARES ESQUELÉTICASCITOESQUELETOESFEROIDES Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.3. Biologia, bioquímica e biologia molecular de parasitos e a sua interação com células e hospedeiros