PATERNIDADE E AUTISMOS: A PARTICIPAÇÃO DOS HOMENS NO CUIDADO DOS SEUS FILHOS SOB AS PERSPECTIVAS DE GÊNERO E DAS MASCULINIDADESvoltar para a edição atual

LAURA DE ARAUJO PARREIRAS

Sob orientação de Celina Maria Modena e LEO HELLER
Atualmente, há um enorme interesse no desenvolvimento de pesquisas que investigam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, há dados controversos sobre a sua prevalência; no entanto, nos Estados Unidos, dados recentes estimam que 1 em cada 36 crianças têm o transtorno em algum nível (que são heterogêneos, dado ser um reconhecido como um espectro). O TEA está relacionado aos distúrbios do neurodesenvolvimento, manifestados na primeira infância, geralmente entre o primeiro e o segundo anos de vida e apresenta uma ampla variação de sintomatologia e gravidade, e é caracterizado por desordens nas áreas de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e interesses restritos, estereotipados e repetitivos. Em relação aos cuidados do filho com TEA, a mãe é geralmente a parcela mais sobrecarregada do casal, seja pelo papel social pré-determinado de cuidadora, ou por outras questões tais como sentimento de culpa, pressão pessoal e social para assumir a responsabilidade. A experiência do homem, quando se depara com a condição diferenciada do filho e as suas repercussões na dinâmica da família, parece ter maiores dificuldades para lidar com a realidade e para criar estratégias de enfrentamento do problema. O projeto no qual se insere a atividade do bolsista de iniciação científica tem como principal objetivo compreender a construção da identidade paterna e a participação nos cuidados de seus filhos pelos homens que são pais de crianças com TEA. Neste subprojeto, o objetivo será investigar a conscientização dos homens sobre o diagnóstico do filho autista e suas vivências durante o processo de aceitação da condição, na perspectiva da mudança de uma paternidade idealizada para a real. Serão utilizados os dados coletados nas entrevistas presenciais realizadas durante a execução do projeto original.
Área de conhecimento (CNPq): Saúde Coletiva Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 12.1. Gênero e saúde, sexualidade e saúde reprodutiva