Avaliação de derivados de piperina, butenolínideos e inibidores de quinase serina-arginina 1/2 como agentes tripanocidas e tratamento para cardiomiopatia da doença de Chagasvoltar para a edição atual

GABRIELA LOUISE DA SILVA MOREIRA

Sob orientação de CLAUDIA MAGALHAES CALVET ALVAREZ
Justificativa e Relevância. O tratamento da doença de Chagas é limitado às drogas benzonidazol e nifurtimox, que apresentam eficácia variável na fase crônica da infecção e causam severos efeitos colaterais tóxicos. Assim, a busca por drogas mais efetivas e menos tóxicas continua sendo um desafio atual. Derivados de piperina e butenolídeos, compostos sintetizados a partir de produtos naturais, mostraram atividade tripanocida promissora e merecem avançar no pipeline de desenvolvimento de drogas1,2. Em paralelo, o composto SRPIN340 e derivados, inibidores seletivos de quinase serina-arginina 1/2, são candidatos para serem avaliados contra o T. cruzi, que possui enzimas análogas à quinase alvo dos compostos3. Esses inibidores de quinases também têm potencial de desempenhar atividade dual e proteger o miocárdio durante a infecção, já que relatos anteriores mostraram que a SRPIN340 evitou danos oxidativos em cardiomiócitos e músculo cardíaco de ratos4. Além disso, estresse oxidativo5 e a infecção pelo T. cruzi 6 levam à acumulação de matriz extracelular em fibroblastos cardíacos. Assim, o inibidor SRPIN340 e derivados também podem interferir no processo de fibrose cardíaca, condição incapacitante da fase crônica da doença de Chagas. Objetivos. Avaliar a atividade tripanocida de derivados de piperina, butenolídeos e SRPIN340; investigar se SRPIN340 e derivados protegem cardiomiócitos dos danos oxidativos causados pelo T. cruzi; analisar se SRPIN340 e derivados possuem atividade anti-fibrótica em fibroblastos cardíacos infectados pelo parasita. Metodologia. Triagem de atividade tripanocida – Formas tripomastigotas de T. cruzi Dm28c luc e células Vero infectadas pelo mesmo clone serão tratadas com derivados de piperina, butenolídeos e SRPIN340 por 24h e 72h, respectivamente, e a viabilidade dos parasitas avaliada pela adição de luciferina e leitura de luminescência7; Ensaios de washout- Culturas de vero infectadas com T. cruzi Dm28c luc serão tratadas com os compostos por 72h e depois os compostos serão removidos para avaliar a ressurgência de parasitas após 3 dias por detecção luminescente7; Análise de dano oxidativo-Culturas primárias de cardiomiócitos murinos serão infectadas e tratadas com SRPIN340 e derivados. A produção de espécies reativas de oxigênio será medida por reagente de Griess e através de microscopia de fluorescência com o corante MitoSOX Red (Invitrogen). Quantificação de colágeno- – Culturas de fibroblastos cardíacos murinos derivados de cultivo primário, infectadas pelo T. cruzi, serão tratadas com SRPIN340 e derivados. As culturas serão fixadas e coradas com corante Sirius Red/Fast Green por 2h, o que permite a medida semiquantitativa do conteúdo de colágeno e proteínas não colágenas em cultura8. Após lavagem, o corante é extraído das células com solução de NaOH 0,1 N /Metanol 1:1. As absorbâncias dos sobrenadantes resultantes serão lidas no leitor de microplacas Spectramax M2 (Molecular Devices) a ? 540 e 605 nm8; Referências Bibliográficas. 1. Franklim, T. N. et al. Molecules 18, 6366 (2013) 2. Conserva, G. A. A. et al. Phytomedicine 54, 302(2019) 3. Portal, D. et al. Molecular and Biochemical Parasitology 127, 9 (2003). 4. Huang, J. et al. Biochemical and Biophysical Research Communications 510, 97 (2019). 5. Philip, J. L. et al. Disease Models & Mechanisms 8, 1579 (2015). 6. Silva, T. A. et al. International Journal of Molecular Sciences 20, (2019). 7. Orlando, L. M. R. et al. Molecules 26, (2021). 8. Houghton, P. E. et al. Wound Repair and Regeneration 4, 489–495 (1996).
Área de conhecimento (CNPq): Biologia Geral Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.4. Pesquisa de transmissão e prevenção, de novas drogas, alvos terapêuticos e mecanismos de ação de fármacos, e de resistência