AVALIAÇÃO DAS CÉLULAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS DE EMBRIÃO DE GALLUS GALLUS DOMESTICUS COMO ALTERNATIVA PARA PRODUÇÃO DA VACINA DE FEBRE AMARELA IN VITROvoltar para a edição atual

Clara Proença Rodrigues Coutinho

Sob orientação de PEDRO PAULO DE ABREU MANSO e YULI RODRIGUES MAIA DE SOUZA
A febre amarela é uma arbovirose transmitida ao homem mediante a picada de culicídeos, em especial os dos gêneros Aedes spp, Haemagogus sp e Sabethes sp. O agente causador da febre amarela pertence à família Flaviviridae e trata-se de um protótipo do gênero Flavivírus, sendo ele um vírus envelopado de fita simples de RNA de polaridade positiva. A principal forma de prevenção desta doença é através da vacinação em massa da população residente e viajante em áreas endêmicas. A vacina contra febre amarela é composta por vírus atenuados e sua produção é feita pela inoculação da amostra do vírus 17DD em ovos embrionados de Gallus gallus domesticus no nono dia de desenvolvimento. Embora essa vacina seja um exemplo de sucesso, há alguns pontos a serem questionados. Uma alternativa promissora ao modelo já existente consiste na produção desta vacina em cultura de células. Nessa conjuntura, o grupo de pesquisa o qual estou inserida tem desenvolvido pesquisas na tentativa de utilizar células musculares de embriões de galinha para a produção da vacina da Febre Amarela e, nesse contexto, o projeto visa analisar a viabilidade desta produção quanto a quantidade de partículas virais produzidas neste modelo, a manutenção de sua atenuação e imunogenicidade. Por meio desses experimentos, pretendemos determinar se a amostra produzida em cultura de células musculares de embrião de galinha mantém as características da vacina produzida no protocolo convencional. O presente trabalho descreveu as condições ideais de produção da vacina de febre amarela em cultura de células musculares de embrião de galinha, de modo a otimizar a produção do vírus 17DD in vitro. Foi visto por nosso grupo que a infecção em T0 mostrou-se mais vantajosa e a MOI de 0,002 apresentou o maior título viral e, portanto, uma produção mais eficiente. Ademais, os resultados mostraram que na densidade de 7x104 células/cm2 em 48 hpi, a quantidade de vírus produzida é maior em relação a quantidade inoculada e maior que nas densidade 2x105 e 3x104 células/cm2, condições testadas incialmente. Os dados deste trabalho nos permitem concluir que a cultura de células musculares esqueléticas é um bom modelo para o estudo da infecção pelo vírus 17DD, pois apresenta boa reprodutibilidade e sua produção é otimizada através das condições descritas por meio deste estudo. A estabilidade genética das partículas virais produzidas pelas células em cultura foi confirmada pelo sequenciamento do vírus produzido nestas condições experimentais. Desse modo, com base nesses dados obtidos por nosso grupo de pesquisa, o projeto avançou para a experimentação in vivo para a avaliação da atenuação, da imunogenicidade e da proteção dos camundongos C57BL/6 frente ao vírus 17DD in vitro em comparação ao vírus vacinal produzido no protocolo convencional. O presente estudo, portanto, nos leva a perspectiva do desenvolvimento de um método alternativo de produção da vacina baseado em uma plataforma de cultura de células.
Palavras-chaves:FEBRE AMARELAVACINA17DDCÉLULA MUSCULAR Área de conhecimento (CNPq): Biologia Geral Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 3.5. Estudos de candidatos vacinais voltados para infecções virais