Data Mining para gerenciamento da judicialização em saúde no território: geoterritorialização das decisões judiciais em casos de câncer.voltar para a edição atual

SAMUEL DE SOUSA FERREIRA

Sob orientação de MARIA CRISTINA SOARES GUIMARAES e JANIO GUSTAVO BARBOSA
A proposta aqui apresentada visa aprimorar e ampliar a estruturação da pesquisa sobre formação de bases de dados sobre judicialização da saúde e está orientado para a construção e disponibilização de bancos de dados mais acurados, sobre a judicialização da saúde em câncer. Parte desse esforço já se encontra organizado, tratado e disponível no período de 2015 a 2021, para o Estado do Rio de Janeiro, dentro de uma infraestrutura de informação batizada de JUDJe (www.judje.link ), cujos projetos de iniciação cientifica anteriores deram apoio e suporte a parte do seu desenvolvimento. Nas fases anteriores, o trabalho centrou-se na montagem de banco de dados sobre processos judiciais em saúde, com estruturação, reconhecimento e montagem de categorias classificadoras das ações em câncer, a fim de coletar os dados dos DJe (Diários de justiça eletrônico), capturando as movimentações judiciais de forma automatizada. Na segunda fase, o foco da pesquisa esteve na análise e desenvolvimento descritores e termos mais adequados e aderentes para recuperação da informação (RI), o que conduziria ao processo de KD (knowledge discovery): identificação das movimentações judiciais em câncer, juntamente com suas características definidoras. Uma vez coletados os DJe, o trabalho focou-se em encontrar dados de saúde em câncer e registros de processos judiciais de saúde, fazendo uso de ontologias e descritores específicos, tanto categóricos como os derivados de análises morfossintática e semântica. Na presente fase, o objetivo é capturar os dados de judicialização da saúde a partir dos contextos de ocorrência, com ênfase está na pesquisa e no estudo dos dados geoterritorializados. De fato, dentre os inúmeros problemas que os dados judiciais possuem, um deles é o da geoterritorialização. Não se sabe, na atualidade, a relação entre as ocorrências dos processos e as ocorrências dos serviços requisitados nas ações judiciais, e quais as consequências desse fluxo no território. Identificada essa relação, a expectativa é que seja possível gerar bancos de dados infra estruturais, triangulando a ocorrência do litígio com a oferta de serviços de saúde no território, algo ainda inédito nos tipos de bancos abertos sobre o tema. Se exitosa, tal metodologia de geoterritorialização dos litígios em saúde poderá ampliar as dimensões de análises sobre a judicialização da saúde. Assim, a expectativa é que o resultado da pesquisa poderá prover alguns indícios do como os processos de adoecimento estão relacionados ao território (quer seja por limitação de acesso, quer seja por ausência de assistência adequada, dentre inúmeros outros fatores), particularmente aqueles territórios vinculados às regiões de saúde.
Palavras-chaves:JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDEBANCO DE DADOSMETADADOSANÁLISE SEMÂNTICA. Área de conhecimento (CNPq): Ciência da Informação Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 21.3. Comunicação e saúde: políticas públicas e participação social, distribuição, acesso e uso de informação em saúde; análise das relações entre mídia e saúde; gestão da informação em saúde