A Promoção de Saúde através da Música: perspectivas de pacientes pós-Covid-19voltar para a edição atual

NATHALIA SENA SASSONE PERRONE

Sob orientação de MARCIO LUIZ BRAGA CORREA DE MELLO e Adrielle Macêdo Fernandes da Silva
A promoção de saúde, comumente, é definida de forma ampla, uma vez que se refere a formas que “não se dirigem a uma determinada doença ou desordem, mas servem para aumentar a saúde e o bem-estar gerais” (LEAVELL E CLARK, 1976, p. 19). Durante muito tempo, o modelo biomédico foi visto como a única forma de se obter saúde e equilíbrio entre corpo e mente. Porém, a visão de uma saúde cada vez mais transdisciplinar vem ganhando visibilidade, propondo então, uma conexão entre os diversos campos que permeiam a vida humana. Nessa lógica, faz-se necessário não pensar somente em termos de aspectos físicos que afetam os indivíduos, mas também perceber outros aspectos: sociais, culturais e psicológicos. Por isso, elementos artísticos, em especial, a música, fazem com que a estimulação do bem-estar e saúde sejam mais eficazes. Muitas sociedades antigas, por exemplo, utilizavam a música para esse fim. Essa pesquisa contribuiu para o aprofundamento de conhecimentos no campo das práticas musicais a fim de evidenciar novas possibilidades para a promoção da saúde, tendo como ponto de partida, em específico, a Música Popular Brasileira (MPB). Uma das formas principais de se promover saúde é através do ensino e da educação, nesse caso, da educação musical, com ênfase na educação não-formal. Para Gohn (2014), o ensino não-formal é aquele desenvolvido nos espaços extramuros escolares, em que os processos de ensino-aprendizagem acontecem, com objetivos e intencionalidades. Essa abordagem faz com que pudéssemos vivenciar a aprendizagem construída a partir de linhas educacionais, de modo participativo, em que o objetivo foi gerar nos indivíduos o sentimento de participação e pertencimento. Neste sentido, as oficinas musicais dialógicas inseriram-se no parâmetro de educação não formal, como sinaliza Gohn (2014). Com isso, pretendeu-se interligar a Pesquisa Baseada em Arte (ABR) e a Cienciarte com o campo da História, estudando promoção de saúde, através da arte, analisando seu uso e transformações através da temporalidade. Houve a união entre os dois campos, História e promoção da saúde, juntamente com a ABR e Cienciarte, através do Núcleo de Estudos, Arte, Cultura e Saúde (NEACS), pois ela “funde a compreensão subjetiva, sensorial, emocional e pessoal com a compreensão objetivas, analítica, racional e pública" (ARAÚJO-JORGE; de et al, 2018, p. 26). A partir da imprevisibilidade decorrente da pandemia e do consequente isolamento social, fez com que fosse necessário repensar e adaptar a metodologia de oficinas presenciais previstas quando da primeira submissão do projeto. Por isso, refletir sobre novas possibilidades, foi necessário. O presente projeto caracterizou-se em uma pesquisa qualitativa onde o pesquisador foi sujeito de seu estudo ao mesmo tempo em que objeto. A construção das bases metodológicas foram influências dos debates ocorridos nas reuniões e atividades do Núcleo de Estudos Arte, Cultura e Saúde (NEACS), no Laboratório de Inovações em Terapia, Ensino e Bioprodutos (LITEB), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) - FIOCRUZ/RJ. É importante ressaltar que o presente projeto de pesquisa teve como referência metodológica duas linhas de pesquisa: a Arts-Based Research, baseando-se, principalmente nas obras “Handbook of Arts-Based Research” e ‘’Method meets Art- Arts Based Research Practice’’, de Patricia Leavy e a Ciência e Arte, utilizando como referencial teórico o casal Root-Bernstein. No decorrer da pesquisa, os processos de estudo e pesquisa se desdobraram no ato de levantamento bibliográfico e entendimento da temática, fazendo com que outros assuntos surgissem em debate, muito em função da pandemia de Covid-19, para um maior aprofundamento. Os resultados foram positivos uma vez que houve facilidades na busca de textos e de dados. Por conta de normas sanitárias, quarentena e distanciamento social, a pesquisa precisou passar por alterações no que diz respeito às ações das oficinas e nos métodos que seriam usados na adaptação das mesmas. Por conta disso, a inserção nos meios digitais tornou-se uma opção favorável, pensando nos benefícios que viriam trazer para uma grande parte da população. E pensando na sociabilidade digital como essência, toda a comunicação, assim como o processo de participação em oficinas, foi repensado para o meio digital. Assim, pudemos testar novas possibilidades de contato. Várias foram as atividades realizadas na Oficina, conforme registrado no projeto. No entanto, destacamos a fala de uma participante que fez uma paródia sobre o tema da Vacina. Por fim, trabalhamos as treze categorias cognitivas do casal Root-Bernstein.
Palavras-chaves:PROMOÇÃO DA SAÚDECIENCIARTEEDUCAÇÃONÃO FORMALMÚSICADIALOGIACULTURAARTEBRASILIDADEEDUCAÇÃO NÃO FORMAL Área de conhecimento (CNPq): Educação Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 24.2. Avaliação de propostas curriculares e de novas estratégias de ensino