UM OLHAR DA PANDEMIA DE COVID-19 SOB A LUZ DAS DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICASvoltar para a edição atual

ANNA BEATRIZ DE AGUIAR ARAUJO

Sob orientação de MARCIO SACRAMENTO DE OLIVEIRA e Marcio Candeias Marques
Os efeitos da pandemia de COVID-19, até agora vistos, perpassam as esferas econômicas, políticas, ambientais e sobretudo, sociais, visto que houve populações mais vulneráveis e que foram mais impactadas pelo vírus. Em um país, como no Brasil, onde os governantes conduziam a pandemia na contramão do que estava sendo preconizado pela OMS, as populações marginalizadas, as quais possuem dificuldades crônicas à acessos aos direitos humanos e sociais mínimos, foram ainda mais impactados. Os acessos que sempre foram impossibilitados para as populações mais vulneráveis, foram mais dificultados em um tempo de pandemia nunca vivenciado. Na cidade do Rio de Janeiro, a desigualdade socioespacial impactou significativamente a contaminação de uns espaços em detrimento de outros e escancarou ainda mais discrepância social. Nesse sentido, este projeto tem como objetivo analisar a associação entre as desigualdades na infecção por SARS-CoV-2 em relação à posição socioeconômica e profissional. Trata-se de um estudo ecológico, transversal, de abordagem quantitativa da associação entre o perfil de desigualdade socioeconômica e o impacto da COVID-19 (CID-10: B34.2) no período de 01 janeiro de 2020 a 31 janeiro de 2021, a partir de dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), para o município do Rio de Janeiro, Brasil. Para esse estudo foram feitas análises descritivas e calculados os coeficientes de internação e as taxas de mortalidade bruta e estratificada dos casos graves internados que evoluíram para óbito por Covid-19. Além disso, foi feita uma regressão logística com a finalidade de avaliar as variáveis testadas que estavam associadas a maior chance de internação por COVID-19. Os resultados do estudo mostraram que, durante o período de janeiro de 2020 a janeiro de 2021, na cidade do Rio de Janeiro, houve um perfil de indivíduos que se encontravam mais vulnerável à infecção pela COVID-19. As variáveis relacionadas ao sexo, raça/cor, faixa etária, presença de comorbidades e vacinação contra influenza estiveram associadas a piores desfechos da doença. Tais achados demonstram que há um contexto histórico e social associado aos casos de COVID-19, bem como às complicações e repercussões associadas.
Palavras-chaves:POLUIÇÃO DO ATMOSFÉRICADOENÇAS RESPIRATÓRIAS E CARDIOVASCULARESEPIDEMIOLOGIA AMBIENTALSÉRIES TEMPORAISDOENÇAS RESPIRATÓRIAS E CARDIOVASLULARESMORTALIDADEINTERNAÇÃOTENDÊNCIA TEMPORALPOLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Área de conhecimento (CNPq): Saúde Coletiva Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 16.3. Relação saúde-doença nos processos ambientais (ocupacionais ou não) que envolvam resíduos químicos ou dejetos e rejeitos perigosos ao meio ambiente e às populações