A cosmologia Munduruku em diálogo com a saúde coletiva na promoção da saúde e preservação da culturavoltar para a edição atual

ISABELLA GULJOR VICENTE

Sob orientação de MARCELO FIRPO DE SOUZA PORTO
Esse subprojeto é parte integrante da pesquisa “Desenvolvimento, sustentabilidade e promoção emancipatória da saúde do povo Munduruku no Médio Tapajós: diálogos interculturais e formação de rede de agroecologia indígena para enfrentar as ameaças do garimpo e outros conflitos ambientais”, coordenada pelo professor e pesquisador Dr. Marcelo Firpo Porto, do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção de Saúde Emancipatória da Saúde (NEEPES). Se propõe a contribuir para a produção de conhecimento sobre questões relativas ao Eixo II do referido projeto intitulado “A perspectiva cosmológica Munduruku sobre alimentação, o rio e os peixes da região na confrontação com as restrições de consumo recomendadas pela OMS e Fiocruz diante dos achados recentes sobre contaminação de Hg (mercúrio)” (FIRPO, 2021). Segundo RAMOS (2003) o povo Munduruku habita diferentes territórios dentro da fronteira nacional brasileira devido à dispersão causada pelo processo de colonização do Brasil. No que diz respeito ao território do médio Tapajós, o garimpo ilegal tem afetado diretamente o seu modo de vida, contaminando o solo, a água e, consequentemente, seus alimentos, impactando violentamente seus hábitos ancestrais e sua relação com a natureza. O objetivo geral do projeto será compreender os princípios que orientam a cultura Munduruku e as conexões possíveis com estratégias do campo da saúde coletiva para a promoção da saúde na região de contaminação ambiental do médio Tapajós. A metodologia se dará por revisão bibliográfica, documental e de mídias audiovisuais criando um banco de dados a ser sistematizado em planilha excel por análise de conteúdo. A participação nas atividades de entrevistas e coletas de dados presenciais a serem realizadas pelos pesquisadores do NEEPES, quando for possível dado o momento pandêmico além da participação e registro em diário de campo das atividades virtuais. Os objetivos do projeto são: (i) realizar um levantamento bibliográfico sobre a questão indígena e os conflitos ambientais no Médio Tapajós; (ii) identificar, através de pesquisa documental, por mídias audiovisuais e artigos científicos a história do Médio Tapajós e de seus povos no que se refere a ocupação e conflitos ambientais; (iii) apoiar a coleta de informações e registros dos pesquisadores do NEEPES junto ao povo Munduruku; (iv) participar das atividades virtuais de construção do processo de inserção no campo da pesquisa principal; (v) apoiar a produção e realização de atividades de divulgação científica do processo e dos resultados da pesquisa; (vi) produzir um artigo de revisão bibliográfica sobre os conflitos indígenas na região do médio Tapajós relacionado à temática da alimentação e dos peixes. Todos os objetivos estão em andamento e sendo amplamente trabalhados. O levantamento bibliográfico foi levantado, com oito textos trabalhados para a produção de artigo que desenvolve a relação entre saúde, território e cosmovisão do povo indígena Munduruku. Aliado à bibliografia, a participação em oficinas virtuais com os membros da equipe de pesquisa e do povo Munduruku do Médio Tapajós auxiliaram na compreensão da história do povo e os conflitos territoriais no médio e alto Tapajós.
Palavras-chaves:PROMOÇÃO EMANCIPATÓRIA DA SAÚDETERRITÓRIOS SAUDÁVEIS E SUSTENTÁVEISDIÁLOGOS INTERCULTURAISPOVOS E COMUNIDADES TRADICIONAISSAÚDE INDÍGENAAGROECOLOGIA Área de conhecimento (CNPq): Saúde Coletiva Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 19.4. Iniciativas de construção da esfera pública a partir das categorias solidariedade e reciprocidade, identidade e legitimidade