Avaliação de citocinas inflamatórias durante a infecção por SARS-CoV-2.voltar para a edição atual

DANIELA COELHO DE JESUS MILATO

Sob orientação de ALINE DA ROCHA MATOS e JESSICA SANTA CRUZ DE CARVALHO MARTINS
A pandemia de COVID-19 teve um impacto sem precedentes na economia global e na saúde pública. Seu agente etiológico, o coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), é altamente transmissível, patogênico e de rápida disseminação global. Atualmente, o aumento do número de novos casos confirmados foi desacelerado devido ao aumento da vacinação em algumas regiões do mundo. Ainda assim, o surgimento de novas variantes influenciou a detecção de ondas adicionais de casos crescentes que alguns países experimentaram. Além disso, as infecções respiratórias causadas pelo SARS-CoV-2 apresentam perfil clínico altamente variável, desde pacientes assintomáticos até pacientes que evoluem para o óbito. Porém, aspectos epidemiológicos, como exposição prévia a vírus antigenicamente similares e presença de comorbidades explicam parcialmente a susceptibilidade à infecção severa. Assim, fatores do hospedeiro podem desempenhar um papel importante na susceptibilidade a esta infecção1, assim como no seu risco de morte. Alguns marcadores sorológicos vêm sendo apontados como preditores da evolução clínica de pacientes hospitalizados e sua avaliação em distintas coortes multicêntricas é relevante para sua validação. Dessa maneira, o presente projeto tem como objetivo avaliar biomarcadores do hospedeiro e sua associação com agravamento e desfecho das infecções causadas pelo vírus SARS-CoV-2. Para tanto, serão avaliadas linhagens celulares humanas previamente infectadas com distintas variantes do SARS-CoV-2 (variantes original, delta e gama) e amostras sorológicas de pacientes com COVID-19 com diferentes apresentações e desfechos clínicos, provenientes de diferentes estados brasileiros no contexto da vigilância epidemiológica de ambos agravos, além de projetos de pesquisa pré-estabelecidos realizados em colaboração com o LVRE/Fiocruz, centro de referência para influenza e COVID para a OMS. Será avaliada a expressão gênica de marcadores inflamatórios, por PCR quantitativo em tempo real, e será determinado o nível de biomarcadores inflamatórios séricos nas células infectadas e nas amostras. Será feita correlação dos resultados com dados clínico-epidemiológicos dos pacientes, desfecho e relação com a variante viral responsável pela infecção. A detecção de biomarcadores que auxiliem na predição clínica da doença teria o potencial de definir melhor os grupos de risco para o agravamento da doença e indivíduos prioritários para vacinação e tratamento, além de elucidar mecanismos de defesa do hospedeiro.
Área de conhecimento (CNPq): Microbiologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 3.4. Imunopatologia e resposta imunológica nas infecções virais