Avaliação do perfil genético e virológico de gestantes infectadas pelo vírus da hepatite Cvoltar para a edição atual

KAIO CALLEBE PEDRO FERREIRA

Sob orientação de LIA LAURA LEWIS XIMENEZ DE SOUZA RODRIGUES e BARBARA VIEIRA DO LAGO
O vírus da hepatite C (HCV) ainda é um problema de saúde pública mundial, consistindo em uma das principais causas de transplante hepático no mundo. Estima-se que existam 58 milhões de pessoas infectadas pelo HCV, sendo cerca 29 mil mulheres em idade reprodutiva, dentre as quais 8% são mulheres gravidas. No Brasil, estima-se uma prevalência de HCV entre 0,2 e 1,4% em gestantes. Apesar de ser principalmente transmitido pela via parenteral, o HCV também é transmitido pela via intrauterina. Estudos demonstram que a cargas virais elevadas (>106UI/mL) durante o período gestacional pode ser uma variável significante para transmissão materno-infantil (TMI). Os riscos de complicações gestacionais e neonatais (diabetes gestacional, colestase intra-hepática, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento, hemorragia pré-parto, parto pré-termo, aborto espontâneo, cirrose e carcinoma hepatocelular) são notáveis em mulheres portadoras crônicas do HCV. Entretanto, essa associação ainda não é tão clara. Alguns estudos sugerem que esse fato pode estar relacionado a diversos fatores, dentre estes, fatores imunogenéticos e epigenéticos. Esses desfechos desfavoráveis e possíveis doenças hepáticas durante a gestação, podem ser mediados e preditos pela expressão de micro RNAs (miRNAs) e SNPs que regulam genes do hospedeiro. Desta forma, este trabalho visa a investigação da variabilidade genética viral, identificação de mutações de resistência, além da investigação de determinados SNPs e miRNAs que podem ser possíveis marcadores genéticos ligados complicações gestacionais em gestantes infectadas pelo HCV.
Área de conhecimento (CNPq): Microbiologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 3.3. Transmissão vertical, disseminação e prevenção nas infecções virais