Análise da dinâmica hematopoética na infecção esquistossomótica com foco na hematopoese extramedular hepáticavoltar para a edição atual

JULIA SOUZA DE PAULA OLIVEIRA

Sob orientação de Marcelo Pelajo Machado
A reação granulomatosa, característica de inflamações crônicas nas quais há predomínio de células do sistema fagocítico mononuclear, é a principal expressão fisiopatológica da esquistossomose mansônica. Esta possui uma estrutura tridimensional compacta e organizada que, junto com as células do órgão afetado, dispõem-se em uma matriz extracelular heterogênea, circundando o ovo – o qual libera antígenos e induz a própria formação da estrutura. No granuloma esquistossomótico hepático maduro é possível distinguir três zonas: central, medial e periférica. Nesta última, principalmente em meio às fibras reticulares, é possível observar a presença de hematopoese extramedular, a qual é regulada localmente e exerce a função de ampliar ou compensar a resposta proliferativa hematopoiética, tendo início por volta do 40º dia pós infecção. Estudos anteriores, inclusive de nosso grupo, já demonstraram topologicamente a presença de hematopoese extramedular nos granulomas e na área subendotelial de alguns vasos sanguíneos, bem como diferenças encontradas na resposta hematopoética medular frente à infecção esquistossomótica. Ensaios in vitro mostraram a presença de células formadoras de colônia nestes granulomas, provavelmente provenientes da medula óssea, que podem ser totipotentes, mas não apresentam capacidade in vitro de autorenovação ao longo do tempo. Ademais, alguns estudos indicam que proteoglicanos contendo heparansulfato podem estimular e controlar a proliferação in situ de células mielóides presentes tanto no espaço perigranulomatoso, quanto nos infiltrados celulares dispostos no fígado. Neste projeto, nos propomos a aprofundar a caracterização do ambiente medular durante a infecção, com vistas também à análise da migração de células tronco hematopoéticas e mesenquimais. Além disso, investigaremos o efeito dos antígenos ovulares solúveis, na ausência da infecção esquistossomótica, sobre a atividade da medula óssea e verificar possíveis mudanças nas populações celulares circulantes no sangue periférico.
Palavras-chaves:ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONIHEMATOPOESE EXTRAMEDULARGRANULOMA Área de conhecimento (CNPq): Parasitologia Linha de pesquisa na FIOCRUZ: 4.5. Imunopatologia e resposta imunológica nas infecções parasitológicas